O vírus da gripe H1N1 deve continuar a se disseminar rapidamente entre as pessoas, dentro dos países e ao redor do planeta, disse na segunda-feira a diretora-geral da Organização Mundial da Saúde, Margaret Chan. Ministros e especialistas iniciaram uma reunião em Genebra para discutir como combater o vírus com vacinas e medicamentos e o que levaria a OMS a declarar a existência de uma pandemia. "Pela primeira vez na história da humanidade, estamos vendo, ou poderemos estar vendo, uma pandemia de influenza se desenvolver diante de nossos olhos", afirmou Chan perante a Assembleia Mundial de Saúde. O médico Richard Besser, chefe do Centro para Controle e Prevenção de Doenças, dos EUA, disse numa reunião com autoridades importantes da assembleia que o novo vírus se espalhou por quase todos os 50 Estados norte-americanos e não mostrou sinais de estar se enfraquecendo. Nova York registrou a primeira morte pelo vírus e o Chile relatou dois casos novos, somando-se aos dois primeiros casos registrados no domingo. O Japão também confirmou na segunda-feira que 125 pessoas, muitas das quais não viajaram ao exterior, foram infectadas pela nova cepa. Testes preliminares indicaram o primeiro caso suspeito na Grécia, de um grego que havia viajado aos EUA, informou o Ministério da Saúde. O resultado de segundo teste ainda era aguardado. Quarenta países confirmaram casos da cepa, que é uma mescla de vírus suíno, humano e aviário. Quase todos os 74 mortos eram do México, mas de forma geral as pessoas têm apresentado sintomas brandos. "Diferentemente do vírus aviário, o novo vírus H1N1 se dissemina com facilidade de pessoa para pessoa, se dissemina rapidamente dentro de um país assim que se estabelece e está se espalhando rapidamente para novos países. Acreditamos que esse padrão se mantenha", afirmou Chan. O vírus também pode apresentar risco a pessoas com HIV/Aids e tuberculose e em favelas densamente povoadas, disse ela. Chan afirmou que o H1N1 pode apresentar um risco particularmente alto quando combinado com o vírus da gripe aviária H5N1, que agora está "restrita" a aves em diversos países. "Ninguém pode dizer como esse vírus aviário vai se comportar quando pressionado por um grande número de pessoas infectadas pelo novo vírus H1N1", disse ela. O enviado do Egito afirmou que a ameaça proveniente da gripe aviária não deve ser ignorada, ressaltando que foram registrados três novos casos do H5N1 em humanos naquele país na semana passada.