Novo Congresso dos EUA pode ter velha aparência após eleição

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Por THOMAS FERRARO E RICHARD COWAN
Atualização:

Nos últimos dois anos o Congresso dos Estados Unidos alcançou níveis mais altos de desaprovação popular, mas mesmo assim não se espera nenhuma grande renovação do Senado ou da Câmara dos Deputados na eleição geral da terça-feira. A apenas três dias da votação, a previsão é que os democratas barrem o avanço dos republicanos no Senado, com a possibilidade também de que haja um empate na Casa, hoje dominada pelos democratas. O mais provável vencedor será o status quo, já que nem democratas nem republicanos estão a ponto de conquistar a supermaioria necessária para aprovar leis com rapidez, o que deixará cada partido com a capacidade de bloquear praticamente qualquer coisa que desejarem. Em conjunto com uma Câmara dos Deputados que deve permanecer nas mãos dos republicanos, o Congresso que tomará posse em janeiro, e terá de enfrentar as controvérsias fiscais e um orçamento assustador, poderá parecer bastante igual à legislatura atual, profundamente dividida. Se terá mais sucesso desempenhando suas responsabilidades básicas é uma questão para se ver. Estudiosos do Congresso costumam qualificar a composição atual como uma das menos produtivas - e mais destrutivas - da história moderna do país. O Congresso falhou no cumprimento de sua tarefa mais fundamental de designar fundos para o governo, a não ser com finalidade temporária. O embate de 2011 entre democratas e republicanos sobre o teto do endividamento público resultou na deterioração da imagem do governo dos EUA para obter créditos. Em troca, o nível de desaprovação pública ao Congresso atingiu níveis recordes. Em agosto, pesquisa do Gallup registrou o índice mais baixo de aprovação, de 10 por cento. Os democratas têm a maioria das cadeiras no Senado desde 2007. Por muitos meses demonstraram confiança de que manteriam sua margem de 53 a 47 nas eleições de terça-feira, quando será renovado um terço das 100 cadeiras da Casa. Seu otimismo foi impulsionado pelo que muitos consideram erros dos republicanos este ano. O mau desempenho do candidato presidencial republicano, Mitt Romney, no começo do ano, se aliou à percepção de que alguns candidatos, como o ativista Richard Mourdock, do Tea Party, no Estado de Indiana, seriam muito conservadores para seus estados. Mourdock está agora 11 pontos atrás do candidato democrata no Estado, segundo pesquisa Howey-DePauw, o que é um forte sinal de que os republicanos perderão uma cadeira conquistada pela primeira vez em 1976 por um de seus poucos moderados restantes, o senador Richard Lugar. Alguns candidatos republicanos podem ter afastado os eleitores com seus comentários inflamados durante a campanha. A declaração de Todd Akin sobre "estupro legitimo" complicou o que era considerado uma vitória certa contra o atual senadora democrata Claire McCaskill, no Missouri.

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