PUBLICIDADE

Novo governo na Nova Caledônia cancela acordo com Vale sobre níquel

Foto do author Redação
Por Redação
Atualização:

O novo presidente da província sul da Nova Caledônia cancelou um acordo com duas produtoras de níquel para explorar uma grande reserva de minério, relatou uma rádio da Nova Zelândia nesta sexta-feira. Philippe Michel disse que o memorando de entendimento com o grupo minerador francês Eramet e com a brasileira Vale é ilegal em cinco aspectos, de acordo com relato da Rádio Nova Zelândia. Os comentários de Michel ocorrem em um momento em que o território revisa as leis minerais seguindo as mudanças de liderança e um salto nos preços do níquel de 35 por cento neste ano, depois que a Indonésia proibiu exportações do minério em janeiro. Michel disse à Reuters em junho que a ilha do sul do Pacífico precisa se planejar para o futuro sem as minas de níquel e que iria introduzir um tributo de exportação ligado ao preço do níquel para criar um futuro fundo. Segundo o relato da rádio, o empreendimento iria explorar as reservas de níquel Prony e Pernod no sul da ilha principal ao longo de quatro anos. As estimativas são de que elas contenham 3 milhões de toneladas de níquel a serem extraídas ao longo de 50 anos. Um acordo tem sido proposto para estabelecer uma joint venture na qual o governo provincial seria o maior acionista, segundo o relato. A Nova Caledônia, na costa nordeste da Austrália, detém cerca de um quarto das reservas mundiais conhecidas de níquel e emprega mais de 6 mil pessoas no processamento do minério. As minas de níquel representam cerca de 20 por cento da produção econômica do território governado pela França, segundo dados oficiais. O processamento do níquel se tornou uma bandeira para alguns grupos locais devido aos danos ambientais. Mais cedo neste ano, um vazamento químico levou a distúrbios que fecharam a mina de níquel Goro, da Vale, por cerca de um mês. (Reportagem de Melanie Burton, em Sydney)

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.