15 de setembro de 2014 | 14h53
Os sociais-democratas de Stefan Lofven e duas outras legendas de esquerda obtiveram mais votos que a aliança de centro-direita do primeiro-ministro de saída, Fredrik Reinfeldt, no pleito de domingo, mas não conseguiram formar uma maioria parlamentar.
O partido Democratas Suecos, de extrema direita, que tem entusiastas neonazistas entre seus fundadores e que busca reduzir a imigração em 90 por cento, surgiram como o terceiro maior do país depois de duplicar sua votação para 13 por cento, e seu avanço chocou as legendas tradicionais, que se recusaram a negociar com os rivais.
No espaço de uma noite, a imagem da Suécia se transformou: de uma nação liberal, tolerante e exemplo de equilíbrio entre bem-estar social e rigor fiscal para a de vítima de um impasse político e ofuscada –como muitos outros países europeus– pelos temores com a imigração em massa e o desemprego.
“Uma vitória se tornou uma derrota”, foi a chamada do editorial do jornal Dagens Nyheter.
“A aliança de governo está perdida, e só a direita populista venceu”, disse o ministro das Relações Exteriores, Carl Bildt, no Twitter.
Na noite desta segunda-feira (horário local), cerca de seis mil pessoas se reuniram no centro de Estocolmo para protestar contra os Democratas Suecos entoando palavras como “ponham fim ao racismo já” e “nada de racistas nas nossas ruas”.
O Partido da Esquerda disse que não irá participar de um governo liderado pelos sociais-democratas, relatou a agência de notícias TT, o que não era inesperado, mas ainda deixa em aberto a possibilidade de a legenda apoiar o novo gabinete mesmo que fora da coalizão.
(Por Simon Johnson e Daniel Dickson)
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