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Novos confrontos deixam dois mortos na capital do Iêmen

Por ERIKA SOLOMON
Atualização:

Confrontos pesados assolaram os bairros no norte da capital do Iêmen durante a madrugada desta quinta-feira, matando duas pessoas e interrompendo a trégua que visava encerrar os piores incidentes de violência desde a revolta popular contra o presidente Ali Abdullah Saleh, iniciada há oito meses. Um repórter da Reuters no local disse que bombardeios e tiros haviam atingido três áreas no norte de Sanaa, conforme tropas combatiam seguidores armados do líder tribal Sadeq al-Ahmar, que apoia os pedidos da oposição de colocar um fim ao governo de 33 anos de Saleh. Um médico que atendia os feridos informou que duas pessoas foram mortas e seis ficaram feridas. Muitos moradores fugiram de suas casas com o aumento dos confrontos, que encerraram três dias de calmaria na capital depois que Saleh ordenou um cessar-fogo em seu retorno surpresa ao Iêmen na última sexta-feira. "Eu só voltei às ruas dois dias atrás depois que os confrontos pararam, mas hoje vou ficar no sul de Sanaa porque é mais seguro", afirmou o vendedor de sorvetes Abdullah al-Wasabi. "Estamos cansados desta crise e estamos perdendo nossos negócios, enquanto essas tribos e os soldados do presidente não se cansam de lutar." A trégua havia acalmado uma semana de combates que mataram mais de 100 pessoas e reviveram temores de que o Iêmen, que faz fronteira com a Arábia Saudita, poderia embarcar numa guerra civil. Os Estados Unidos e a Arábia Saudita temem que a falta de lei no Iêmen possa encorajar o braço da al Qaeda no país, colocando em risco os interesses ocidentais no Golfo e rotas de trânsito de petróleo pelo Mar Vermelho. Mesmo antes de protestos paralisarem o país, o Iêmen lutava contra um braço da Al Qaeda, uma insurgência separatista no sul e uma rebelião sectária no norte. Até a semana passada, Saleh estava se recuperando em Riad de uma tentativa de assassinato em junho. Diplomatas ocidentais haviam pressionado para que ele permanecesse na Arábia Saudita enquanto eles tentavam forçar um plano de transição há tempos parado para resolver a crise do Iêmen.

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