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Número de abortos de irlandesas na Inglaterra cai 16,3%

O índice, 5.585 mulheres, é o mais baixo em oito anos

Por Agencia Estado
Atualização:

O número de mulheres irlandesas que viajam à Inglaterra para abortar - uma velha maneira de passar por cima da proibição do procedimento na Irlanda - caiu no ano passado para o índice mais baixo em oito anos, 5.585, segundo divulgado por um relatório do Departamento de Saúde da Grã-Bretanha nesta quarta-feira. O relatório anual, que calcula todos os anos todas as pacientes que fornecem endereços irlandeses às clínicas de aborto inglesas, apresentou uma queda de 16,3% desde 2001, quando o número atingiu um alto índice de 6.673. A última vez que o número foi mais baixo foi em 1997, com 5.340. O aborto foi legalizado na Inglaterra em 1967. Ele permanece ilegal na República da Irlanda, uma posição endurecida por uma emenda constitucional de 1983 que proclamou o direito à vida aos ainda não nascidos. Dois referendos públicos, em 1993 e 2002, que pediam que os irlandeses votassem para permitir abortos em casos em que a vida da grávida está em risco foram rigorosamente rejeitados. Em resposta à segunda resposta negativa no referendo, o governo do Primeiro Ministro Bertie Ahern fundou em 2002 a Agência de Gravidez de Crise, que promove a contracepção e outras maneira de desencorajar a gravidez indesejada. Defensores de ambos os lados do aborto debatem o crédito do trabalho da agência em diminuir o índice de abortos feitos por mulheres irlandesas fora do país e de gravidez em adolescentes. Um relatório no mês passado mostrou que 2.427 adolescentes engravidaram em 2005, uma queda de 21% com relação a 2001. Porém, a Associação Irlandesa de Planejamento Familiar alertou que mais mulheres irlandesas procurando abortar estão preferindo outros países continentais da Europa, em que não há estatísticas específicas sobre o aborto na Irlanda. "O acesso à Internet, assim como a maior disponibilidade de vôos baratos pela Europa tornaram a viagem para além da Inglaterra um opção real para as mulheres", disse a diretora para serviços de aconselhamento da associação, Rosie Toner, que especificou a Holanda, Espanha e Bélgica como os destinos mais prováveis para as mulheres irlandesas que procuram abortar, depois da Inglaterra.

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