Obama ataca McCain por empregar lobistas contrários à Boeing

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Por CAREN BOHAN
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O candidato democrata à Casa Branca, Barack Obama, elogiou na quinta-feira o Pentágono por cancelar uma licitação que poderia prejudicar a empresa norte-americana Boeing num programa de 35 bilhões de dólares. Caberá ao próximo governo reiniciar o processo. "Foi correto por parte do Pentágono cancelar a concorrência para a próxima geração de aviões-tanque, foi errado por parte do [candidato republicano] John McCain recompensar dois lobistas de Washington que trabalharam contra a Boeing com empregos na sua campanha", disse ele em conferência a operários do setor aeroespacial. O Pentágono anunciou na quarta-feira o cancelamento da repetição da concorrência entre a Boeing e um consórcio formado pela Northrop Grumman e pela européia EADS. A licitação inicial, vencida pela Northrop em fevereiro, havia sido suspensa devido a uma irregularidade nos procedimentos, a pedido da Boeing, que então pedira mais tempo para rever seus projetos. Obama é senador por Illinois, onde fica a sede da Boeing, beneficiada com o adiamento. Ele acusou seu rival de ser tolerante com decisões que ameaçam empregos nos EUA. Em 2003, como senador, McCain tentou impedir a Força Aérea de comprar sem licitação cem Boeings 767, por 23,5 bilhões de dólares, para que servissem no reabastecimento em vôo. Ele disse que o contrato seria um ótimo negócio para a Boeing e uma "exploração" do contribuinte. Em 2006, McCain informou ao Pentágono sobre algumas preocupações suas no processo de aquisição dos aviões-tanque, inclusive o temor de que os EUA fossem acusados na Organização Mundial do Comércio de violar regras a respeito de subsídios para empresas aéreas. A Boeing e a Airbus (subsidiária da EADS, que ofereceria a estrutura do novo avião à Northrop) acusam-se mutuamente de se beneficiar de subsídios ilegais para ocupar mercados. Criticando a agenda comercial de John McCain, Obama disse: "Quando os trabalhadores norte-americanos ouvem John McCain falar em colocar o país em primeiro lugar, é justo perguntar: 'Qual país?"'. A campanha de McCain não comentou o cancelamento da licitação. Vários ex-lobistas da EADS trabalharam na campanha de McCain. Um deles, Tom Loeffler, afastou-se em maio, quando o candidato republicano decidiu coibir o envolvimento com lobistas. Nas suas declarações por vídeo à convenção dos operários, Obama prometeu pressionar a China a revalorizar sua moeda. Ele disse também que é favorável a condições igualitárias dentro do livre-comércio. "Por isso qualquer acordo comercial que eu apoiar deve conter padrões reais e verificáveis para os trabalhadores."

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