Obama é recebido como herói em Gana

PUBLICIDADE

Por KWASI K
Atualização:

O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, foi recepcionado como herói em Gana, nesta sexta-feira, na sua primeira visita à região subsaariana da África desde que tomou posse como o primeiro presidente afro-americano dos Estados Unidos. Houve comoção quando pisaram no tapete vermelho em Acra o presidente da nação mais poderosa do mundo e filho de um imigrante africano e a sua mulher, Michelle, cujos antepassados chegaram à América como escravos. Obama deve deixar uma mensagem sobre a importância da boa governança, pois Gana é um país que desafia estereótipos de um continente sempre em conflito e em crise. "Parte da razão de estarmos viajando para Gana é porque lá tem uma democracia funcionando, um presidente que é sério na redução da corrupção, e tem considerável crescimento econômico", disse Obama antes de chegar a Gana. Ele, Michelle e as duas filhas do casal foram recebidos no aeroporto pelo presidente John Atta Mills, eleito em dezembro. As reformas econômicas em Gana, país produtor de cacau e ouro -- e que deve começar a produzir petróleo no ano que vem -- trouxeram investimentos e crescimento, antes do impacto da crise financeira global. As pessoas lotaram as ruas em torno do aeroporto, na tentativa de ver o presidente. "É um grande momento para Gana e para a África. Temos que celebrar", afirmou o motorista Emmanuel Tsawe, que cobriu o seu ônibus de 43 lugares com fotos de Obama. "Acho que ele tem boas intenções para o continente e devemos cooperar com ele", disse. No entanto, o continente africano não tem sido a prioridade principal de uma administração preocupada com a crise financeira global. Poucos esperam uma mudança de política, e a principal mensagem será a importância da boa governança e o uso competente da ajuda, como, por exemplo, o compromisso que o G8 fez na Itália de investir 20 bilhões de dólares em segurança alimentar nos países pobres. Obama se baseou na própria história para enfatizar a importância da transparência e de instituições fortes para gerar mudanças. "O meu pai foi para os Estados Unidos há meros 50 anos, e ainda agora eu tenho parentes que moram em vilarejos, que não passam fome, mas moram em vilas onde a fome é real", contou. "Se você fala com os habitantes da África, certamente no Quênia, eles vão dizer que parte do problema é que as instituições não funcionam para as pessoas comuns. Para isso, governança é fundamental." Obama deve falar no sábado ao Parlamento, antes de visitar um forte usado no comércio de escravos. Ele e a família vão passar menos de 24 horas em Gana e depois retornam para os Estados Unidos. (Reportagem adicional Matt Spetalnick)

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.