Obama faz novo ataque a bancos

Presidente dos EUA diz que regras vão evitar 'decisões estúpidas'

PUBLICIDADE

Por AGÊNCIAS INTERNACIONAIS
Atualização:

Um dia depois de propor medidas para reduzir o tamanho dos bancos com o objetivo de evitar que façam apostas arriscadas, o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, voltou a atacar as instituições financeiras. Num evento em Ohio, Obama disse que quer pôr em prática a nova regulamentação financeira para proteger os contribuintes de "decisões estúpidas" tomadas pelos bancos. "Vai ser uma luta, podem esperar. Eu garanto a vocês, quando começarmos com a reforma financeira, tentando mudar as regras para evitar os problemas que trouxeram tanta dor de cabeça para todo o país, existirão pessoas perguntando "por que ele está se intrometendo na indústria financeira"? Eu só quero ter as novas regras em vigor, assim quando esses "caras" tomarem decisões estúpidas, vocês não vão ter de ficar com a conta. Eu não me importo de entrar nessa briga."As propostas, classificadas por analistas como uma tentativa do presidente de recuperar popularidade, têm como mentor o ex-presidente do Federal Reserve Paul Volcker, e podem causar forte impacto sobre as atividades de private equity e fundos de hedge. O plano apresentado por Obama impediria que bancos comerciais e instituições que controlam bancos operem e invistam nos dois segmentos, ao mesmo tempo em que restringiria transações de tesouraria e apostas com capital próprio. "É uma separação entre o banco de investimento e o banco tradicional", disse ontem à agência Dow Jones John O"Donoghue, gestor de ações da corretora Cowen & Co.Nesse sentido, a proposta de Obama assemelha-se à Lei Glass-Steagall. Criada na época da Grande Depressão, a lei, na prática, erigia uma barreira entre banco comercial e de investimento. Sua revogação em 1999 possibilitou que as instituições financeiras voltassem a lucrar com operações realizadas entre seus diversos segmentos.Durante sua visita a Elyria, polo industrial em Ohio, o presidente falou ainda de outros temas que serão abordados durante seu primeiro discurso do Estado da União, na quarta-feira. Entre eles, Obama prometeu que continuará lutando para criar empregos e aprovar a reforma da saúde. O presidente teve de defender-se esta semana, quando a eleição de um senador republicano para o Estado de Massachusetts terminou com maioria democrata no Senado, permitindo à oposição bloquear a legislação de saúde.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.