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Observadores europeus avalizam eleição na Geórgia

Oposição acusou fraude e pediu protestos; boca-de-urna indica vitória de presidente.

Por BBC Brasil
Atualização:

Observadores europeus das eleições presidenciais da República da Geórgia disseram neste domingo que a votação da véspera esteve de acordo com os padrões internacionais e seguiu os requisitos democráticos. Mas, apesar disso, os observadores da OSCE (Organização para Segurança e Cooperação na Europa) disseram que a votação apresentou problemas que precisam ser resolvidos. A oposição da Geórgia havia convocado convocou neste domingo seus simpatizantes a realizar grandes protestos nas ruas do país após acusar as autoridades de tentar fraudar as eleições presidenciais do sábado. As pesquisas de boca-de-urna indicam que o presidente Mikhail Saakashvili venceu o pleito, possivelmente por uma margem suficiente para evitar um segundo turno. Mas o líder opositor Levan Gachechiladze disse que as pesquisas foram "falsificadas". A eleição era considerada como um teste democrático para a ex-república soviética após o governo ter reprimido recentes protestos da oposição. Gachechiladze, líder de uma coalizão de nove partidos que teriam recebido cerca de 28% dos votos, segundo as pesquisas, disse ter indicações de várias violações em todo o país. O Departamento de Estado dos Estados Unidos pediu calma aos manifestantes até que o resultado das eleições fossem divulgados e pudessem ser avaliados pelos observadores internacionais para determinar se a votação foi "livre e justa". Celebração Segundo o correspondente da BBC em Tbilisi, capital da Geórgia, havia um clima de celebração na sede da campanha do presidente Saakashvili, com pessoas agitando bandeiras e carros soando suas buzinas. Nenhum resultado oficial foi ainda divulgado. Os analistas estão pedindo cautela em relação às indicações, já que 20% dos entrevistados na pesquisa de boca-de-urna se recusaram a dizer em quem haviam votado. As autoridades negaram as acusações de fraude, e o presidente em exercício, Nino Burjanadze, disse à BBC que as eleições haviam sido "livres, justas e democráticas". Saakashvili convocou eleições antecipadas numa tentativa de provar suas credenciais democráticas após fortes protestos da oposição terem sido reprimidos em novembro. Referendo Além de votar para presidente, os georgianos votaram em um referendo sobre se deveriam ter uma eleição parlamentar nos próximos meses e se o país deveria entrar para a Otan, a aliança militar ocidental. Centenas de observadores estrangeiros acompanharam a votação. Saakashvili, um advogado formado nos Estados Unidos, chegou ao poder em 2003, após protestos populares que ficaram conhecidos como "a Revolução Rosa". Durante seu governo, o país fortaleceu suas relações com a Otan e com a União Européia, mas as relações com a Rússia enfrentaram turbulências e, como conseqüência, a economia da Geórgia foi fortemente atingida por causa de uma proibição russa à importação de bens georgianos. BBC Brasil - Todos os direitos reservados. É proibido todo tipo de reprodução sem autorização por escrito da BBC.

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