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Ocupação estrangeira na Amazônia é 'bravata', diz Lula

Por AE
Atualização:

Com elogios ao patriotismo dos índios, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva rebateu ontem o argumento do general Augusto Heleno, comandante militar da Amazônia, de que a política indigenista seria ?caótica? e a criação da reserva indígena Raposa Serra do Sol, na fronteira de Roraima com a Guiana e a Venezuela, ameaçaria a soberania do território nacional. No lançamento do Plano Amazônia Sustentável, Lula chamou de ?bravata? a tese dos que vêem riscos de ocupação estrangeira. ?Quem fala isso não fala com muita convicção?, disse. ?Acho que quem quer as coisas de verdade não tem de ficar fazendo bravata. Se ela foi nossa desde que aqui Cabral pôs os pés, por que nós agora temos de ter preocupação com a Amazônia?? Ao lado do líder indígena Gecinaldo Sateré, Lula observou que os índios já defendiam o território amazônico antes da chegada dos militares à região. Na avaliação do presidente, os ?confrontos? nos debates sobre o assunto resultam da ignorância e da falta de informação. ?Muitas vezes somos contra ou a favor, sem saber muito, pelo que ouviu dizer?, afirmou. ?Quem ousa dizer que os índios colocam em risco a soberania do País? É só ir em São Gabriel da Cachoeira para a gente perceber que grande parte dos militares é índio.? O discurso de Lula ocorre três dias depois de ataque promovido por funcionários do arrozeiro Paulo César Quartiero contra índios que ocupavam sua fazenda localizada dentro da Raposa Serra do Sol. O atentado deixou nove indígenas feridos a bala e levou à prisão de Quartiero, seu filho e seis empregados. A demarcação da reserva é alvo de disputa judicial, a ser decidida pelo Supremo Tribunal Federal (STF) - há expectativa de que isso ocorra até o fim do mês. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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