Oi fecha 1o tri com prejuízo de R$395 mi

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Por Redação
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O grupo de telecomunicações Oi encerrou o primeiro trimestre com prejuízo líquido que reverteu resultado positivo de um ano antes, impactada por efeitos não recorrentes e por queda na receita, em meio à contínua redução de sua base de telefonia fixa. A companhia teve um prejuízo líquido de 395 milhões de reais, pressionada por 600 milhões de reais em eventos não recorrentes que afetaram o lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) e as despesas financeiras líquidas. Um ano antes, a empresa, que passou a contar com a Portugal Telecom como sócia estratégica este ano, teve lucro líquido de 518 milhões de reais. Em teleconferência com jornalistas nesta manhã, o diretor de finanças, Alex Zornig, disse que não fossem os efeitos não recorrentes "o resultado seria positivo em 300 milhões de reais". A empresa, que atua nos segmentos de em telefonia fixa e móvel, banda larga e TV paga, registrou receita líquida de janeiro a março de 6,933 bilhões de reais, 7,1 por cento abaixo do apurado um ano antes. Às 11h23, as ações da Oi exibiam queda de 1,99 por cento, enquanto o Ibovespa mostrava alta de 0,27 por cento. A Oi fechou o trimestre com uma base de 41,472 milhões de clientes de telefonia móvel ante 36,613 milhões no mesmo período de 2010. Enquanto isso, os usuários de serviços banda larga fixa da empresa passaram de 4,266 milhões para 4,513 milhões e o número de linhas fixas em serviço recuou 6,3 por cento, de 21,085 milhões para 19,747 milhões. Questionado sobre a contínua fraqueza na telefonia fixa, Zornig lembrou que o fenômeno é comum em outras operadoras de linhas fixas pelo mundo, mas afirmou que o foco da empresa nos próximos trimestres é recuperar essa área. "Ainda não deu tempo para a receita da móvel e da banda larga compensar a queda na receita da fixa... Desafio da Oi é fazer com que a fixa pare de cair e as pessoas continuem usando o telefone fixo, esse é o mote da Oi nos próximos trimestres", disse o executivo. "A móvel já está crescendo, a banda larga está tendo retorno e o ponto agora é como evitar que a fixa se deteriore ainda mais", acrescentou. Segundo o executivo, a revitalização da telefonia fixa passará por serviços de televisão por redes IP (IPTV), aproveitando a experiência da Portugal Telecom, que promoveu uma grande expansão desse tipo de serviço em seu país-sede. "A diferença é que Portugal é um pouco menor que o Brasil e eu não tenho recursos suficientes para investir nisso no Brasil inteiro", comentou Zornig. "A IPTV... na hora que a parte regulatória esteja clara no Brasil, estaremos preparados para lançar no país e é óbvio que a parceria com a Portugal Telecom nos ajuda." O plano para recuperar a operação de telefonia fixa pode resultar em uma queda na geração de caixa medida pelo lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) em 2011, disse Zornig, mas essa queda, se ocorrer, seria recuperada em 2012 ou 2013, comentou o executivo em teleconferência com analistas. A Oi apurou uma geração Ebitda de 1,985 bilhão de reais, com margem de 28,6 por cento. Um ano antes, o Ebitda tinha sido de 2,537 bilhões de reais e a margem de 34 por cento. A receita média por usuário (arpu) de celulares da empresa somou 20,7 reais no trimestre ante 21,8 reais um ano antes. Já o arpu dos usuários de banda larga fixa foi de 40,6 reais contra 42,1 reais no primeiro trimestre de 2010. SIMPLIFICAÇÃO No final de março, a Oi apresentava uma dívida líquida de 14,39 bilhões de reais, 32,3 por cento abaixo de um ano antes, com uma relação dívida/Ebitda de 1,5 vezes ante 2,2 vezes no primeiro trimestre de 2010. Com um caixa de 14,014 bilhões de reais, salto anual de 62 por cento, Zornig comentou que não é intenção da Oi aumentar o endividamento da empresa depois que a dívida foi alongada e barateada em 2010. Segundo ele, a Oi abateu recentemente dívida de 2,5 bilhões de reais, antecipando um vencimento de 2014 que tinha um custo mais caro. O executivo voltou a afirmar que a empresa precisa simplificar sua estrutura societária. Atualmente, o grupo tem sete classes de ações e uma reorganização poderia valorizar os papeis remanescentes, algo que poderia ser aproveitado para uma eventual internacionalização da empresa com uma menor utilização de alavancagem. Porém, ele afirmou que a companhia ainda não tem um plano específico sobre quando a simplificação vai ocorrer ou de que forma será feita. (Por Alberto Alerigi Jr.)

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