
03 de junho de 2010 | 00h00
Em setembro passado, biólogos marinhos que estudavam águas profundas no norte do Golfo do México baixaram um robô por 390 metros até o leito do oceano. Ali, no escuro e no frio, as luzes do robô revelaram corais, anêmonas, peixes, crustáceos e outras criaturas capazes de rivalizar com qualquer recife.
"Lá estava um dos maiores recifes de corais do Golfo do México", disse Erik Cordes, da Universidade Temple. Nove meses depois, o entusiasmo deu lugar ao pavor. O recife fica a 32 quilômetros a nordeste do poço da BP que explodiu. E os biólogos temem que as colunas de petróleo parcialmente dissolvido se espalhem no oceano profundo.
A última equipe a detectar essas colunas viu uma se estendendo a 35 quilômetros a nordeste do local do poço, na vizinhança de pelo menos dois importantes recifes de águas profundas.
Imagens mostram camadas da coluna tocando o leito do mar. Os cientistas ainda não sabem qual será o impacto sobre os corais, mas eles se preparam para uma catástrofe. "O pior cenário é o petróleo se depositar sobre alguns corais", disse Cordes. "Ele os sufocaria."
"Está todo o mundo batalhando", disse Steve W. Ross, da Universidade da Carolina do Norte, especialista em corais em águas profundas. Mas alguns acreditam que estudos sobre o impacto de petróleo deveriam ter sido feitos há muito tempo, por conta da proliferação das plataformas.
Voluntário. O cineasta James Cameron se reuniu ontem com cientistas e engenheiros em Washington para discutir soluções para o desastre ambiental. Há duas semanas, ele ofereceu à BP sua frota de submarinos. O diretor de Avatar desenvolveu tecnologia para filmar em águas mais profundas que as do golfo. / TRADUÇÃO DE CELSO M. PACIORNIK
Encontrou algum erro? Entre em contato