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Onde Pasta, carnes e, agora, pão

Por EU SÓ QUERIA JANTAR e LUIZ AMÉRICO CAMARGO
Atualização:

Quando o Aguzzo Caffè e Cucina foi inaugurado, em 2006, lembro que ele despertou a seguinte impressão: enfim, uma alternativa de restauração italiana um pouco mais refinada que uma trattoria, mas com preço acessível. No comando, estava o sócio Osmânio Rezende, moldado na escola Fasano-Gero-Parigi, um cultor do bom serviço. Nos fogões, quem mandava era Alessandro Oliveira, também com passagens pelo Grupo Fasano. Fora do eixo Jardins-Itaim, a casa cativou antigos clientes fiéis a Rezende e, principalmente, comensais de Pinheiros.Nos últimos anos, o Aguzzo (que já tinha mudado o nome para Cucina e Vino) passou por trocas na cozinha; deixou de ser barato; experimentou altos e baixos. Contudo, parece ter reencontrado a boa trilha neste semestre. Rezende permanece como dono, dedicando parte de seu tempo a seu outro projeto, o La Doc, em Sorocaba. Porém, quem cuida da operação, no dia a dia, é o novo sócio, Fábio da Silveira, ex-Maremonti e Gaiana, outro conhecedor dos deveres do anfitrião. Alessandro Oliveira, o cuoco da fase inaugural, está de volta.Um dado interessante da nova fase é que a casa parece ter aprofundado sua vocação de restaurante de bairro - algo cada vez mais viável, a meu ver, numa cidade com tanto trânsito, com tantos problemas de segurança. O que se reflete inclusive na inauguração de um pequeno empório ao lado da entrada, onde é possível comprar e levar os pães do couvert, massas e molhos do cardápio. As sugestões mais conhecidas da casa, por sua vez, demonstram ter deixado para trás os dias mais titubeantes, dentro de um menu que contempla receitas de várias regiões da Itália.O nhoque ao molho de manteiga e sálvia segue delicado, com sabor pronunciado de batata (R$ 54). A polenta com ragu de linguiça (R$ 29) é outra pedida segura, assim como a equilibrada lasanha de alcachofra (R$ 53). E, na soma geral das visitas, gostei especialmente das carnes, como a paleta de cordeiro (R$ 65) de cocção lenta, acompanhada por purê de batata. E a rabada com agrião e polenta (R$ 59). Um senão: o cozimento além do ponto da massa e dos crustáceos do tagliolini com lagostim e limão-siciliano (R$ 63).De resto, ainda que o momento seja positivo, é importante observar que nem tudo vai bem. O serviço ainda é um tanto assimétrico, com funcionários em níveis diferentes de conhecimento do cardápio e de eficiência. A qualidade do almoço executivo, em relação aos pratos do cardápio regular, deixa um pouco a desejar. À noite, por sua vez, o salão continua mais para acabrunhado do que para aconchegante, algo que poderia melhorar, quem sabe, simplesmente com um pouco mais de luz. Por que este restaurante?Pelas mudanças na cozinha e no salão, pela nova padaria/rotisseria.Vale?O almoço executivo custa R$ 49. Pela carta, gasta-se entre R$ 100 e R$ 150 por pessoa numa refeição completa, sem bebidas. A carta de vinhos tem predomínio de rótulos de uma importadora, com preços não muito animadores. Levando sua garrafa, a rolha sai por R$ 49. Vale arriscar.Aguzzo Cucina e VinoR. Simão Álvares, 325, 3083-7363, Pinheiros. 12h/15h e 19h/23h (6ª, até 0h; sáb., 12h30/17h e 19h/0h; dom., 12h/17h; 2ª, só almoço). Padaria: 10h/18h (fecha 2ª). Manob.: R$ 19

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