
04 de fevereiro de 2012 | 03h07
A Funcer é presidida por Adair Meira, dono da Fundação Pró-Cerrado - ONG com contratos suspeitos com o Ministério do Trabalho. A organização, que recebeu repasses de R$ 13,9 milhões da pasta, foi pivô do escândalo que valeu o cargo do então ministro do Trabalho Carlos Lupi (PDT). Um voo que Lupi fez a bordo do avião de Meira desmentiu a versão do ministro de que ele não conhecia o empresário.
Em 2003, o Ministério Público determinou a intervenção da Funcer por conta de corrupção. Em 2010, um interveniente acabou afastado pelo mesmo motivo: suspeita de fraude.
A Funcer, que segue sob intervenção, nega que haja irregularidade no convênio de R$ 10 milhões. Meira não foi encontrado pela reportagem.
De acordo com o professor Antonio Fernandes Junior, que dirigia a Funcer no ano passado e faz parte da Pró-Cerrado, o valor está em uma conta, aguardando liberação. "Acontece que, com a troca de governo (quando Marconi Perillo assumiu, em 2011), novos membros da Controladoria-Geral do Estado argumentaram contra o governo", defende ele. "É uma guerra política."
A representação do MP cita outras irregularidades. Em um dos casos, a universidade subcontratou a Funcer para a realização de um concurso público da Saneago, companhia de saneamento de Goiás. Teria deixado de repassar R$ 662 mil, referentes a 90% do valor das inscrições.
A UEG também permitiu que a fundação utilizasse infraestrutura e recursos humanos para execução de contratos e convênio. "Ficando a cargo da Funcer apenas a movimentação financeira", como cita a representação do MP. / P.S.
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