Operação da Corregedoria prende oito no Rio

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Por AE
Atualização:

Oito pessoas de uma quadrilha liderada por policiais civis lotados na Delegacia de Roubos e Furtos de Carga (DRFC) foram presas na manhã desta terça-feira em operação da Corregedoria Geral Unificada (CGU) da Secretaria de Segurança do Rio. O objetivo da Operação Carga Pesada é o cumprimento de nove mandados de prisão e 44 de busca e apreensão contra o grupo, que tinha como cúmplices um policial militar e um bombeiro.Todos são acusados de crimes de extorsão contra comerciantes de cargas ilícitas. De acordo com a denúncia, eles usavam a estrutura do Estado para apreender produtos irregulares de vítimas previamente indicadas por um informante (que agia como um falso policial). Em seguida, a quadrilha negociava a devolução da carga apreendida mediante o pagamento de propina.Dos nove mandados de prisão expedidos pela Justiça, quatro são contra policiais civis lotados na DRFC; um contra um policial militar lotado no 15º BPM (Duque de Caxias); um contra um bombeiro militar; um contra um policial civil aposentado; um contra um ex-policial militar; e um contra um homem que atuava nas operações como informante e como falso policial. Há mais dois indiciados no inquérito, que não são policiais e contra os quais não há mandado de prisão expedido. Durante as investigações, que tiveram início no segundo semestre de 2011, ficou evidenciado, por meio de depoimentos de vítimas e escutas telefônicas autorizadas pela Justiça, que os policiais denunciados se dedicavam quase que exclusivamente à obtenção de vantagens indevidas.O esquema foi denunciado por uma das vítimas, um comerciante especializado na venda de jogos eletrônicos sem comprovação de origem, que se recusou a pagar a propina. Policiais da DRFC apreenderam, na casa do comerciante, uma carga de jogos eletrônicos sem nota fiscal. No ato, os policiais exigiram R$ 10 mil para liberação do material. Como se recusou a pagar, o comerciante foi encaminhado à DRFC, na Pavuna, onde o valor da propina foi reduzido para R$ 5 mil. A vítima optou por não pagar e ligou para a Corregedoria Interna da Polícia Civil.

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