PUBLICIDADE

Oposição se prepara para investigar caixa 2 e Petros na CPI

Por NATUZA NERY E FERNANDO EXMAN
Atualização:

A oposição ao governo federal já traçou seu plano tático para a CPI da Petrobras. PSDB e DEM escalaram um experiente time de senadores para compor a comissão e querem investigar supostas irregularidades no Petros, fundo de pensão da estatal. Eventuais práticas de caixa dois para campanhas políticas também estão no foco, bem como patrocínios culturais financiados pela empresa, contratos de licitação e denúncias de desvio de dinheiro de royalties pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP). "Não se pode falar em caixa dois agora porque espanta. Isso é conseqüência", disse o senador Heráclito Fortes (DEM-PI), indicado pelo partido para ocupar uma vaga de suplente na CPI. Segundo ele, além das contas do fundo de pensão e empréstimos da Petrobras junto a bancos públicos, também será investigado o regime contábil adotado pela empresa para pagar menos impostos e contribuições. O governo alerta para as consequências financeiras da investida e acusa setores da oposição de tentar prejudicar a imagem da empresa no mercado. PSDB e DEM suspeitam que a gestão da Petrobras no governo do PT tenha fragilizado as contas da estatal e seu fundo de pensão. "A Petrobras vem fazendo campanha para o PT e para muitos aliados", disse o senador Sérgio Guerra (PSDB-PE). As duas legendas oposicionistas ainda decidem quem vai ocupar as vagas da CPI, mas já lançaram os nomes possíveis. Do lado tucano, estão o próprio presidente da legenda, Sérgio Guerra, o ex-presidente, senador Tasso Jereissati, e um ex-governador, senador Álvaro Dias (PR), autor do requerimento de criação da CPI. Os democratas, além de Heráclito Fortes (PI), apontam os senadores Demóstenes Torres (GO) e Antônio Carlos Magalhães Júnior (BA). Como a oposição só têm três vagas-- contra as oito do governo--, ainda é preciso decidir quais nomes serão efetivamente indicados. Na cotação governista, figuram o líder do governo no Senado, Romero Jucá (RR), e o líder do PT, Aloizio Mercadante (SP). Jucá avisa que a CPI só deve começar a funcionar na semana que vem, mas diz que não acredita na disposição incendiária da oposição. "Seria um suicídio", disse. "O governo não tem medo de cara feia", completou. Ele sugere que o governo não vai abrir mão da presidência e da relatoria da comissão, cargos fundamentais para conduzir o inquérito parlamentar.

Tudo Sobre
Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.