Em uma sessão que terminou na madrugada, o Legislativo paulista aprovou ontem o Orçamento do último ano da gestão José Serra (PSDB). As despesas são estimadas em R$ 125,7 bilhões, 6,3% maior do que neste ano, e os investimentos ficam praticamente inalterados em relação a 2009 (R$ 21,9 bilhões contra R$ 20,6 bilhões). Em ano de eleição, as áreas que mais terão aumento têm forte apelo social - transporte e habitação. A secretaria com o maior crescimento de recursos (43%) é a de Transportes Metropolitanos. Passará de R$ 5,8 bilhões para R$ 8,3 bilhões em 2010. Ela é uma das vitrines do governo Serra, com os programas de expansão da rede de metrô na capital e de modernização das linhas de trem. Provável candidato do PSDB à Presidência, o governador planeja para o ano que vem uma maratona de inaugurações no setor. Em segundo lugar está a Secretaria de Habitação, com 12% de aumento: de R$ 1,7 bilhão para R$ 1,9 bilhão.Apesar da longa sessão, que só terminou por volta das 2h30, o governo emplacou uma vitória folgada por 65 votos a favor e 21 contra. A oposição cumpriu o prometido, obstruiu o quanto pode e votou contra a proposta."Até o governo de Minas tem Orçamento regionalizado. Em São Paulo vamos continuar lutando por um orçamento participativo", criticou o deputado Enio Tatto, um dos representantes do PT na Comissão de Finanças. O líder do governo na Assembleia, Vaz de Lima (PSDB), reagiu: "A população tem elegido sucessivamente governantes do PSDB. Se estivessem insatisfeitos, já teriam dado cartão vermelho, como fizeram com Marta Suplicy."Serra não acompanhou a votação. Ele está na cúpula da ONU sobre mudança climática, na Dinamarca. Para entrar em recesso, os deputados ainda precisam votar as contas do governo do exercício de 2008.