Órgão pede adiamento de obras na Unifesp

Congregação quer debater mudança antes de iniciar construção de prédio em Guarulhos

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Por Paulo Saldaña
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A Congregação da Escola de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (EFLCH) da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), em Guarulhos, pediu à reitoria a interrupção do edital para construção do novo prédio do câmpus. Professores pedem o congelamento do processo até que o debate em torno de uma possível mudança do Bairro do Pimentas seja finalizado. Segundo a direção do câmpus, o motivo principal é evitar que a obra comece antes que um prédio provisório seja escolhido.O valor do edital é de R$ 46 milhões. O adiamento do processo pode atrasar ainda mais a estruturação do câmpus, o mais problemático da Unifesp. A construção do prédio principal é prometida desde 2007, ano da inauguração do câmpus. Desde março os estudantes estão em greve para pedir melhorias.A abertura dos envelopes do edital está marcada para segunda-feira, dia 27. A reitoria recebeu ontem o pedido da Congregação - órgão máximo da Unifesp Guarulhos -, mas ainda não há definição do reitor nem do departamento jurídico sobre um possível adiamento. Segundo o coordenador da pós-graduação em Filosofia da Unifesp, Juvenal Savian, cabe ao reitor a decisão, mas ele diz acreditar que não seria adequado ignorar a congregação. "É mais coerente adiar para que se faça todo o debate e só depois dar continuidade." Savian é um dos responsáveis pelo dossiê que pede a mudança da Unifesp do Bairro dos Pimentas por conta do isolamento físico e cultural.Documento. Essa foi a primeira vez que professores oficializaram um pedido de mudança, como o Estado revelou neste mês. O documento sugere a transferência para o centro de São Paulo, onde a Unifesp vai abrir seu curso de Direito.O reitor Walter Albertoni descartou a possibilidade de saída total da universidade de Guarulhos, mas deixou para a unidade o debate em torno de uma possível transferência de parte dos cursos. O debate sobre a mudança, também aprovado na Congregação, está previsto para setembro.Segundo o diretor acadêmico da EFLCH, Mauro Cezar de Freitas, o objetivo é achar um prédio provisório o mais rápido possível. "Algumas pessoas votaram a favor de enviar o pedido de adiamento argumentando que é a oportunidade de debater o futuro da escola sem a pressão do prazo. Mas a preocupação é que o início da obra não se dê enquanto não se define o prédio provisório."A preocupação da direção é transferir o máximo de alunos para outro local durante as obras. Mas, independentemente das obras, há riscos de o câmpus atual não abrigar os novos alunos de 2013 - a EFLCH já usa salas de uma escola municipal que fica ao lado do câmpus.

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