Pacientes de tenda no RJ se assustam com novo tiroteio

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Por PEDRO DANTAS
Atualização:

O terceiro dia de ocupação do Batalhão de Operações Especiais (Bope) na Vila Cruzeiro, na Penha, zona norte do Rio de Janeiro, foi marcado por mais um tiroteio que assustou novamente os pacientes da tenda de hidratação montada pelo governo estadual no Parque Ary Barroso, para tratar vítimas da dengue. Assustados com os tiros, os pacientes abandonaram a tenda às pressas e se refugiaram no Hospital Getúlio Vargas (HGV). Ninguém ficou ferido. Não há notícias de mortos ou feridos, segundo a Secretaria de Saúde do Estado. O governo estadual voltou a afirmar que não mudará a unidade de lugar e o comandante do Bope, Alberto Pinheiro Neto, afirmou que o tiroteio aconteceu na Vila Cruzeiro e que a tenda estava fora da linha de tiro. Hoje, policiais do Bope destruíram um bunker em uma localidade conhecida como Largo da Morte e continuaram a retirada de barricadas montadas por traficantes. Duas motos e um carro roubados foram recuperados. Em nota oficial, a Secretaria de Segurança Pública tentou minimizar as declarações do comandante do 1º Policiamento de Área, coronel Marcus Jardim. Após a operação que resultou na morte de nove traficantes, ele disse que a "PM é o melhor inseticida social". A Secretaria disse que as declarações feitas durante uma coletiva de imprensa foram em "tom informal e pessoal e não representam o pensamento oficial". Direitos Humanos "A frase dele sequer é original. Adolph Hitler anos atrás dizia a mesma coisa antes de enviar as pessoas para câmeras de gás sob a mesma justificativa da purificação social. Não sei até quando o secretário de Segurança Pública vai insistir em uma política que tornou a polícia do Rio na que mais mata e morre, com resultados pífios de apreensões e prisões dos chefes do tráfico", disse a presidente da Comissão de Direitos Humanos da OAB, Margarida Pressburguer.

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