Padilha sobre tragédia no RS: prioridade é salvar vidas

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Por Denise Abarca , Wellington Bahnemann e Guilherme Waltenberg
Atualização:

O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, listou há pouco três prioridades no atendimento às vítimas da tragédia do incêndio na boate Kiss, em Santa Maria (RS), nesta madrugada, mas destacou que a primeira delas é "salvar vidas". "Do ponto de vista da Saúde, a prioridade número um é salvar vidas e tratar dos feridos", disse, em entrevista há pouco para explicar as ações do governo federal em relação ao caso. Segundo o ministro, a presidente Dilma pediu que ele se deslocasse para Santa Maria e lá permanecesse até que toda a ação de apoio do governo federal estabilizasse a situação. A Defesa Civil confirmou até o momento 233 mortos, sendo 120 homens e 113 mulheres.De acordo com Padilha, estão internados em Santa Maria 92 pacientes, nos Hospitais Caridade e Universitário e do Exército e em Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) 24 horas. Outros dez estão internados no Hospital São Francisco. "Foram mais pacientes por infecção respiratória, pessoas que inalaram muita fumaça. A minoria é de queimados", contou.Padilha afirmou ainda que 14 pacientes foram transferidos para Porto Alegre, em "estruturas de referências de UTI (Unidade de Terapia Intensiva)", sendo casos de "grandes queimados". A Secretaria de Saúde do Estado e a Brigada Militar foram mobilizadas para a remoção em UTIs adaptadas. Outros 11 ainda estão em observação e podem ser removidos para a capital gaúcha. Além disso, o governo afirmou que centros de referências no Rio e Paraná estão prontos para receber eventuais pacientes.De acordo com Padilha, cerca de 50 leitos em hospitais na região metropolitana de Porto Alegre estão sendo preparados para o recebimento de feridos. Além disso, 20 respiradores mecânicos já foram disponibilizados para os hospitais de Santa Maria e outros 30 respiradores devem chegar à cidade ainda hoje para serem utilizados em caso de necessidade. "Neste momento, 30 pacientes estão respirando por aparelhos", disse.Como segunda prioridade, Padilha disse que, além do apoio aos feridos da tragédia, os governos federal e gaúcho irão também prestar auxílio aos familiares das vítimas. Serão 20 equipes que prestarão o suporte médico e psicológico aos parentes.Como terceira prioridade, Padilha também disse que foram criados dois pronto-atendimentos para socorrer as pessoas que inalaram fumaça tóxica por estarem próximas da boate. "Depois de três a quatro dias, algumas pessoas podem registrar um quadro de tosse e dificuldade de respirar. Isso pode sinalizar um quadro grave de pneumonia química, e é importante que as pessoas procurem os dois pronto-atendimentos", afirmou Padilha.Para auxiliar no suporte às vítimas, 12 médicos da Força Aérea Brasileira foram deslocados para Santa Maria e se juntaram às equipes da Força Nacional do Sistema Único de Saúde (SUS). "A Força Nacional do SUS pode acionar outros profissionais se for necessário", acrescentou. De acordo com o ministro, esta equipe ficará à disposição pelo menos até terça-feira (29).Defesa CivilNa mesma entrevista coletiva, o secretário Nacional da Defesa Civil, Humberto Viana, afirmou que o órgão está, juntamente com o governo federal, encarregado de coordenar as ações dos governos estadual e municipal no auxílio às vítimas do incêndio que ocorreu na boate Kiss, na cidade de Santa Maria, no Rio Grande do Sul. "A tarefa da Defesa Civil é de coordenar com a ajuda do governo federal para evitar a sobreposição de ações na ânsia de ajudar (as vítimas)", disse Viana. Segundo o secretário, as três esferas do poder - Federal, Estadual e Municipal - estão agindo na cidade. Ele disse também que está em contato com a ministra-chefe da Casa Civil, Gleisi Hofmann, desde a madrugada. "É uma ação conjunta, estou em contato (com a ministra) desde a madrugada", disse.

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