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País unifica pesquisa sobre câncer

Rede com 15 instituições busca acelerar transferência de conhecimento da pesquisa básica à prática clínica

Por Herton Escobar
Atualização:

Representantes do governo, da academia e do setor privado anunciaram ontem a criação de uma Rede Brasileira de Pesquisa sobre o Câncer, com participação de 15 instituições. As metas incluem o mapeamento de genes relacionados ao câncer de mama e a realização de testes clínicos com duas novas terapias, desenvolvidas por cientistas no Brasil e nos Estados Unidos. "Além da pesquisa básica, vamos investir na pesquisa aplicada, voltada diretamente para o paciente", disse o presidente do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), Marco Antonio Zago. A rede começou a ser montada no segundo semestre de 2008, com um edital de R$ 5,38 milhões dos Ministérios da Ciência e Tecnologia (MCT) e da Saúde (MS), que selecionou 19 projetos. "Pela primeira vez estamos colocando lado a lado pesquisadores que trabalham na bancada e que trabalham na beira do leito, com os pacientes", disse o diretor do Departamento de Ciência e Tecnologia do MS, Luiz Eugenio Portela. "A ideia é que os resultados da pesquisa básica sejam rapidamente testados na clínica e incorporados às políticas públicas de saúde." A lista de participantes da rede inclui o Instituto Butantã, que atuará como instituição-sede, o Instituto Ludwig de Pesquisa sobre o Câncer, a Fiocruz, o Instituto Nacional de Câncer (Inca), o Laboratório Nacional de Computação Científica (LNCC), a empresa Recepta Biopharma e várias universidades públicas. O projeto-piloto de pesquisa básica já está em andamento no LNCC, em Petrópolis, onde cientistas estão utilizando uma nova máquina de última geração para sequenciar o genoma completo de um tumor de mama. A sequência final será comparada ao genoma de uma célula sadia da mesma paciente, para identificar alterações genéticas associadas à doença. Os testes clínicos serão feitos com duas moléculas: um anticorpo, que marca células tumorais para serem destruídas pelo sistema imunológico do paciente, e uma vacina terapêutica, que estimula o sistema imunológico a reconhecer e combater o câncer.

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