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Países 'deveriam rejeitar manipulação de Chávez', diz 'NYT'

Jornal afirma que interferência venezuelana atrapalha solução diplomática entre Colômbia e Equador

Por Da BBC Brasil
Atualização:

Os governos do Equador e da Colômbia devem resolver as diferenças por vias diplomáticas, segundo editorial publicado nesta quinta-feira, 6, pelo jornal americano New York Times. Chávez acusa Uribe de 'crime de guerra' Lula classifica de madura decisão da OEA sobre conflito regional Resolução diz que Colômbia violou soberania do Equador Colômbia exibe imagens da incursão militar  Dê sua opinião sobre o conflito   Por dentro das Farc  Entenda a crise   Histórico dos conflitos armados na região   'É possível que as Farc se desarticulem'   Embaixador brasileiro Osmar Chohfi comenta decisão da OEA  "Como primeiro passo, o presidente do Equador, Rafael Correa, e Álvaro Uribe, presidente da Colômbia, deveriam rejeitar a intromissão e manipulação do líder da Venezuela (Hugo Chávez). Eles deveriam reconhecer que ele está cinicamente, e perigosamente, tentando usar a disputa entre aqueles países para reavivar sua decadente popularidade política." Segundo o jornal, "é difícil acreditar que no século 21 os governos eleitos democraticamente da Colômbia, do Equador e da Venezuela, estejam falando de guerra". O NYT afirma que a entrada de tropas colombianas em território equatoriano em uma missão contra o grupo guerrilheiro Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia, conhecido como Farc, claramente viola a soberania do Equador e ressalta que a "Venezuela - cujo território não foi violado - aproveitou a oportunidade para pular dentro da disputa." "O presidente Hugo Chávez, que floresce em crises como essas, expulsou o embaixador da Colômbia, ordenou forças para sua fronteira e ameaçou bloquear o comércio. A Colômbia acusou, então, a Venezuela e o Equador de ajudar e incitar as Farc." O jornal cita o laptop apreendido durante a ação contra as Farc, que indicaria o envolvimento dos governos do Equador e da Venezuela com o grupo e afirma que as acusações são preocupantes. "Os dois governos devem ser condenados pela OEA se as informações se provarem verdadeiras."  "Chávez deve ficar quieto. Quanto mais ele interfere, mas fácil é acreditar que as acusações contra ele são verdadeiras", conclui o NYT. No Equador, o Hoy, o terceiro maior jornal em tiragem, também traz editorial criticando a postura de Chávez no conflito.  "A reclamação equatoriana pela violação à soberania por parte do governo da Colômbia teve amplo apoio dos países (na reunião da OEA). A balança teria se inclinado mais para o lado do Equador se não fosse o pronunciamento guerreiro e as declarações ameaçadoras e inoportunas do presidente Chávez", afirma o jornal. "Seu apoio, com uma atidude extremamente beligerante e nada conciliadora, em relação ao país vizinho, ao invés de favorecer a causa justa do Equador, induziu outros governos à cautela." O Hoy ainda destaca a solidariedade dos países regionais ao Equador, e os esforços para que a disputa seja resolvida por meios diplomáticos: "Pode-se dizer, resolvido por uma via diametralmente oposta a de Chávez, que parece empenhado em aprofundar o conflito." "É necessário que o governo se afaste desta ingerência do presidente venezuelano. É preciso diferenciar as atitudes dos presidentes da Venezuela e da Colômbia, e os laços históricos de amizade do Equador com os dois povos", afirma o diário equatoriano. Todos os direitos reservados. É proibido todo tipo de reprodução sem autorização por escrito da BBC.