
04 de agosto de 2012 | 11h42
A iniciativa poderia fortalecer a reivindicação palestina de um Estado, num momento em que as conversações de paz com Israel estão estancadas.
Os palestinos são listados na ONU como entidade "observadora", sem direito a voto. Na Assembleia-Geral da ONU, em 27 de setembro, eles vão pedir sua incorporação como Estado observador não-membro, disse o chanceler Malki a repórteres em Ramallah, na Cisjordânia.
Esse novo status, similar ao do Vaticano, seria um reconhecimento indireto da reivindicação de criação de um Estado palestino na Cisjordânia, Jerusalém Oriental e Faixa de Gaza. Isso lhes permitiria integrar várias agências da ONU, bem como o Tribunal Penal Internacional.
Os palestinos dizem que a construção de assentamentos israelenses nas terras da Cisjordânia ocupada frustra a perspectiva de um acordo bilateral para a criação do Estado. Divergências sobre a questão levaram à paralisação das conversações em 2010.
De acordo com Malki, o presidente palestino, Mahmoud Abbas, fará a solicitação do novo status em um discurso, e depois os palestinos irão buscar apoio entre os Estados membros da ONU, dos quais boa parte tem simpatia pela campanha e considera ilegais os assentamentos israelenses na Cisjordânia.
"Quando tivermos certeza de que ganhamos apoio absoluto do maior número possível de países, estaremos prontos para solicitar uma votação na Assembleia-Geral, em uma resolução sobre isso", afirmou Malki.
Uma maioria simples na Assembleia-Geral da ONU - formada por 193 países - seria suficiente para conferir aos palestinos o status de observador não-membro, contornando assim o Conselho de Segurança da organização, no qual os Estados Unidos, aliados de Israel, têm poder de veto. (Reportagem de Ali Sawafta)
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