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Papa reprime mafiosos e diz que 'são excomungados'

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Por Redação
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O papa Francisco fez neste sábado o ataque mais forte a grupos de crime organizado por um pontífice em duas décadas, acusando-os de praticar a "adoração do mal" e dizendo que mafiosos são excomungados. Foi a primeira vez que um papa usou a palavra excomunhão, que implica banimento completo da Igreja, em referência direta aos membros do crime organizado. "Aqueles que seguem este caminho do mal em suas vidas, como os mafiosos fazem, não estão em comunhão com Deus. Eles são excomungados", disse o papa em comentários de improviso em uma missa diante de centenas de milhares de pessoas em uma das áreas da Itália mais afetada por crimes. Para sustentar os aplausos ele disse à multidão: "Este mal deve ser combatido, deve ser deixado de lado. Devemos dizer não a ele." O papa citou um grupo criminal local, o 'Ndrangheta, como um exemplo da "adoração do mal e desprezo ao bem comum" e disse que a Igreja irá exercer toda a sua força na luta contra a criminalidade organizada. O porta-voz do Vaticano padre Ciro Benedettini disse que as duras palavras do papa não constituíam um decreto formal das leis da Igreja em relação à excomunhão, que é um processo legal formal. Em vez disso, ele disse que a fala era mais uma mensagem direta aos membros do crime organizado de que eles haviam efetivamente excomungado a si próprios, lembrando que não poderiam participar dos sacramentos da Igreja ou outras atividades porque tinham se distanciado de Deus através de suas ações criminosas. Ainda assim, o uso do termo por um papa foi significativo porque muitos membros do crime organizado na Itália se vêem como participantes de grupos religiosos, indo à igreja e, em alguns casos, também contando com a cumplicidade de clérigos no sul. (Reportagem Philip Pullella)

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