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Papa visitará sinagoga em Nova York

Por DAVID ALEXANDER
Atualização:

O papa Bento 16 vai se reunir com líderes judaicos em Washington e visitará uma sinagoga em Nova York durante sua visita deste mês aos Estados Unidos, aproveitando o feriado do Pessach, disseram bispos norte-americanos na quinta-feira. Bento 16 visitará Washington e Nova York entre os dias 15 e 20. No dia 17, ele vai se reunir com 200 líderes de outras religiões e em seguida conversará reservadamente com lideranças judaicas, segundo nota divulgada pela Conferência de Bispos dos EUA. Nesse encontro o pontífice deve "apresentar a eles uma mensagem de seus cordiais cumprimentos pela iminente festa do Pessach [Páscoa judaica]", disse o monsenhor David Malloy, secretário-geral da Conferência de Bispos. É a primeira vez que Bento 16 vai aos EUA em seu pontificado, iniciado em 2005. No dia 18, ele deve passar 20 minutos na sinagoga Park East, em Nova York, segundo os bispos. Seria apenas a segunda visita dele a uma sinagoga e a terceira de um papa moderno a um templo judaico. "Com sua visita pessoal e informal, que não é parte do programa oficial, Sua Santidade deseja expressar sua boa vontade para com a comunidade judaica local em sua preparação para o Pessach", disse Malloy. Em 2005, Bento 16 visitou uma sinagoga de Colônia (Alemanha) para homenagear os judeus da cidade mortos no Holocausto. Seu antecessor, João Paulo 2o, havia visitado uma sinagoga em Roma em 1986. O Pessach, que neste ano começa em 19 de abril, alude à fuga do Egito, quando os judeus se livraram da escravidão imposta pelo faraó. A visita do papa à sinagoga em Nova York ocorre apenas dois meses depois de o Vaticano surpreender os judeus ao aprovar uma versão revista da Missa da Sexta-Feira Santa, em latim, que inclui uma fala em que se pede a Deus que ajude os judeus a "reconhecerem Jesus Cristo como o salvador". Como a missa em latim é muito pouco usada, esse trecho acabou sendo pouco difundido, mas mesmo assim grupos judaicos protestaram, apontando um retrocesso após décadas de aproximação entre os dois credos. Ao resgatar a missa em latim, agora acessível às comunidades tradicionalistas, o papa havia concordado em retirar da fórmula tradicional uma oração que fazia referência à "cegueira" dos judeus a respeito de Jesus, entre outros termos polêmicos.

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