Paraná estima safra de trigo em um recorde de 3,37 mi t

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Por ROBERTO SAMORA
Atualização:

O Paraná deverá colher uma safra de trigo em 2009 de 3,37 milhões de toneladas, o que seria um recorde para o Estado, se as condições climáticas continuarem favoráveis para o desenvolvimento da cultura, estimou nesta quinta-feira o Departamento de Economia Rural (Deral). O órgão do governo paranaense revisou para cima a estimativa de produção de trigo. Até o mês passado, o Estado previa colher neste ano 3,2 milhões de toneladas. Essa pode ser a segunda boa safra seguida de trigo no Paraná, o maior produtor brasileiro do cereal. Em 2008, o Estado colheu 3,21 milhões de toneladas. "Se confirmar, vai ser a maior safra desde 1986/87, quando o Estado colheu 3,25 milhões de toneladas", declarou o agrônomo Otmar Hubner, em entrevista. Os agricultores paranaenses elevaram em 9 por cento a área plantada com trigo neste ano, para 1,26 milhão de hectares, segundo dados atualizados pelo Deral, o que explica a maior expectativa de produção, além do tempo que tem sido benéfico, de maneira geral -- as chuvas não faltaram até o momento. "No ano passado, o produtor teve um resultado muito bom com trigo em termos de produtividade, e isso deu uma animada para o plantio deste ano", disse Hubner. Uma boa safra no Paraná, que colhe mais da metade do trigo do Brasil tradicionalmente, garante ao país boa oferta e reduz a necessidade de importações. O país não é autossuficiente no cereal. O agrônomo admitiu que a seca que afetou algumas lavouras de milho safrinha (segunda safra) nos estágios iniciais da cultura fez com que muitos produtores desistissem do grão e optassem pelo trigo este ano. Trigo e milho competem por área no plantio de inverno no Estado, mas Hubner destacou que o Paraná tem áreas suficientes para plantar os dois cereais em grandes extensões. Hubner observou também que a safra de trigo ainda tem um longo caminho para que se garantam as boas produtividades previstas até o momento, de 2,68 toneladas por hectare. "Até agora está tudo indo bem... Se não der geada... Se não der chuva na colheita (o que afeta a qualidade). Mas é melhor nem falar em catástrofe." Ele lembrou ainda que o produtor paranaense tem investido cada vez mais em tecnologia, o que explica a boa produtividade prevista. Outro fator que poderia explicar o plantio maior neste ano é a política governamental para o setor, que elevou os preços mínimos para esta temporada, além de outros programas para apoiar a comercialização do Ministério da Agricultura. Nesta quinta-feira, por exemplo, o governo realizou mais leilões de prêmio para subsidiar o escoamento do produto. O governo investiu 120 milhões de reais em subvenções ao transporte do produto dos Estados do Sul para o Norte e Nordeste, que não produzem o cereal. O Paraná praticamente encerrou a semeadura de trigo, com o plantio sendo realizado em 97 por cento da área prevista. Cerca de 48 por cento da safra está em desenvolvimento vegetativo, 28 por cento em floração, 16 por cento em frutificação e 3 por cento em maturação. MILHO SAFRINHA O Deral ainda elevou a estimativa para a segunda safra de milho de 4,5 milhões de toneladas em junho para 4,76 milhões. Ainda assim, a estimativa de colheita para este ano representa uma queda de 17 por cento em relação à temporada passada, quando o Estado, maior produtor brasileiro de milho, colheu 5,7 milhões de tonelada na safrinha. A safrinha de milho foi atingida por seca no início do plantio e também por geadas em junho. O Paraná já colheu 29 por cento da sua segunda safra de milho. (Edição de Camila Moreira)

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