Parlamentares pedem execução de líderes da oposição no Irã

Grupo de políticos indignados com protestos contra o governo quer que Mir Hossein Mousavi e Mahdi Karroubi sejam julgados e executados.

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Por BBC Brasil
Atualização:

Mehdi Karroubi e Mir Hossein Mousavi estariam em prisão domiciliar Parlamentares iranianos pediram que os líderes da oposição Mir Hossein Mousavi e Mahdi Karroubi sejam julgados e executados, após os protestos contra o governo que levaram milhares de pessoas às ruas de Teerã na segunda-feira. Imagens da TV estatal iraniana mostraram cerca de 50 políticos conservadores reunidos no salão principal do Parlamento, nesta terça-feira, gritando "Morte a Mousavi! Morte a Karroubi!". Na segunda-feira, uma pessoa teria sido morta a tiros durante violentos confrontos entre manifestantes e as forças de segurança no centro da capital. Dezenas de pessoas foram presas e vários líderes da oposição, incluindo Mousavi e Karroubi, foram colocados em prisão domiciliar. A BBC ouviu relatos de protestos contra o governo em outras cidades do país. O ex-candidato à presidência Mir Hossein Mousavi e o ex-parlamentar Mahdi Karroubi contestaram a reeleição do presidente Mahmoud Ahmadinejad em junho de 2009. Denúncias de fraude acabaram levando aos maiores protestos no país desde a Revolução Islâmica de 1979. As autoridades responderam com uma repressão brutal. 'Corruptos' Segundo a agência de notícias oficial Irna, os parlamentares governistas disseram que Mousavi e Karroubi são "corruptos e devem ser julgados". A acusação já foi usada contra oposicionistas no passado e pode ser punida com a pena de morte no Irã. O chefe da polícia de Teerã, Ahmad Reza Radan, culpou os líderes da oposição por instigar os protestos de segunda-feira. A marcha foi convocada originalmente por líderes oposicionistas para mostrar apoio às mudanças ocorridas na Tunísia e no Egito. Mas o evento iraniano acabou se transformando numa demonstração de descontentamento contra o regime do presidente Mahmoud Ahmadinejad. Enquanto o governo iraniano apoiou os protestos na Tunísia e no Egito e os descreveu como um "despertar islâmico" inspirado pela Revolução Islâmica, as marchas organizadas pela oposição no Irã foram vistas como uma "manobra política". A secretária de Estado dos EUA, Hillary Clinton, elogiou os protestos no Irã. "O que vemos no Irã hoje é uma prova de coragem do povo iraniano e da hipocrisia do regime iraniano - um regime que nas últimas semanas elogiou o ocorrido no Egito", declarou Hillary a jornalistas em Washington. Horas antes, ela havia dito também que os manifestantes iranianos "merecem ter os mesmos direitos que viram ser exercidos no Egito". "Acreditamos que deve existir um compromisso para a abertura do sistema político do Irã, para que sejam ouvidas as vozes da oposição e da sociedade civil", declarou. BBC Brasil - Todos os direitos reservados. É proibido todo tipo de reprodução sem autorização por escrito da BBC.

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