05 de outubro de 2014 | 16h37
O líder do GERB, um ex-guarda-costas e especialista em caratê, alertou que seria difícil formar um governo, baseado nos resultados das pesquisas de boca de urna, mas acrescentou que o seu partido vai realizar discussões internas na segunda-feira sobre como proceder.
As sondagens indicaram que o GERB ganhou aproximadamente 33 por cento dos votos, o dobro do que os seus principais adversários socialistas. O resultado deverá levar a dias ou semanas de discussões com os partidos menores e a oposição para angariar apoio.
O novo governo será o quinto do país balcânico em menos de dois anos, período que tem sido marcado por protestos de rua em massa para derrubar um governo GERB anterior e quase derrubaram seu sucessor. Mais instabilidade seria um transtorno para investidores, bem como para os eleitores, que viram o país passar de uma crise para outra. O investimento estrangeiro direto caiu em mais de um quinto deste ano.
Ressaltando o alto nível de desilusão com a classe política, as pesquisas indicaram que o número de eleitores foi o mais baixo em 25 anos, desde que a Bulgária saiu do comunismo.
Elas também apontaram para um resultado altamente dividido, com um recorde de oito partidos possivelmente entrando no Parlamento, uma vez que a decepção com os principais partidos torna concorrentes marginais mais atrativos.
"Com essa configuração, eu não vejo como um governo pode ser formado", disse um Borisov com voz sombria a repórteres.
Sinalizando que provavelmente tentará formar uma coalizão, Borisov também disse que estava preparado para assumir "todos os riscos" para governar o país.
Em um possível sinal de problemas à frente, um alto funcionário do Bloco Reformista --tido como o mais provável aliado de GERB-- disse que ele não conseguia ver Borisov como o próximo primeiro-ministro.
O porta-voz do Partido Socialista, Atanas Merdzhanov, chamou o resultado de uma "derrota pesada".
"Com um parlamento tão fragmentado, é difícil formar um governo e também se levanta a questão do quão estável ele será", disse Dimitar Bechev, um analista político da London School of Economics (LSE).
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