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Perícia retira cilindros de gás de restaurante que explodiu

Por Felipe Werneck
Atualização:

Peritos da Polícia Civil retiraram dos escombros na Praça Tiradentes, centro do Rio, seis cilindros de gás usados na cozinha do restaurante Filé Carioca, destruído por uma explosão na quinta-feira. O acidente matou três pessoas e deixou 17 feridos. O advogado do proprietário do estabelecimento, Bruno Castro, afirmou que a mangueira de gás remendada com fita isolante - encontrada no sábado e apresentada pela polícia como possível estopim do vazamento - não era do restaurante.Ao contrário do que sustentara o advogado, os cilindros de gás ficavam em local confinado e tinham sido mal instalados, afirmou o delegado responsável pelo inquérito, Antônio Bonfim, da 5ª DP. "Eles (o advogado, em nome dos responsáveis pelo restaurante) disseram que estava em local arejado. Não é verdade. Eles criaram o ambiente ideal para um resultado dessa ordem." Segundo Bonfim, descobrir o que causou a ignição é o que "menos importa". "Havia tudo para uma tragédia de grande proporção. Já temos as responsabilidades definidas na cabeça. É uma sucessão de atos que conduziram para uma situação caótica."Estão previstos para as 15 horas de amanhã, na 5ª DP, os depoimentos dos irmãos Carlos Rogério e Jorge Amaral, respectivamente o dono e o caixa do restaurante. "Muitas dúvidas precisam ser dissipadas. O Jorge estava no restaurante quando houve a explosão. Que manobras ele executou lá dentro? O que foi feito quando ele soube que o ambiente estava cheio de gás? Precisamos saber que providências tomou", acrescentou o delegado. Segundo ele, Amaral soube do vazamento cerca de 30 minutos antes da explosão. Apesar de a perícia ainda não ter sido concluída, o advogado disse que os cilindros estava intactos, mas pelo menos um apresentava vazamento. Ele, no entanto, afirmou que o problema pode ter sido causado pela retroescavadeira usada para retirá-lo dos escombros. Castro reconheceu que os cilindros eram armazenados no subsolo, mas afirmou que havia um exaustor e um basculante. Sobre a mangueira remendada, o advogado disse que ela não se encaixa nos cilindros de 45 quilos usados no restaurante, informação também sustentada pela empresa SHV Gás, que fazia a manutenção do equipamento. Segundo Castro, os três botijões de 13 quilos encontrados após a explosão não pertenciam ao Filé Carioca."Havia sim seis cilindros, mas nenhum botijão. Ao lado do restaurante funcionava uma loja de fogões. Há a possibilidade de tudo ter se misturado com o impacto", disse o advogado.

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