PUBLICIDADE

Perícia vai pôr pai e madrasta de Isabella na cena do crime

Depoimentos de testemunhas indicam que não havia pessoas estranhas no prédio na hora do crime

Por BRUNO TAVARES E MARCELO GODOY e de O Estado de S. Paulo
Atualização:

A polícia tem certeza de que ninguém além de Alexandre Carlos Nardoni, de 29 anos, e Anna Carolina Trotta Peixoto Jatobá, de 24, esteve no apartamento deles na noite do assassinato de Isabella de Oliveira Nardoni, de 5 anos. Colocá-los na cena do crime é o objetivo dos peritos do Instituto de Criminalística (IC) e das investigações do 9º Distrito Policial (Carandiru). VEJA TAMBÉM Polícia ouve depoimento de vizinhos do casal Nardoni Entenda por que a Justiça libertou pai e madrasta de Isabella A tragédia, as dúvidas e contradições do caso  Escute por que crimes assim comovem a sociedade  Libertar pai de Isabella não afetará investigações, diz delegada Provas ligam casal às agressões, afirma promotor Laudo será decisivo na conclusão do inquérito Tudo o que já foi publicado sobre o caso Isabella  Os policiais ouviram 44 testemunhas e nenhuma relatou a presença de pessoas estranhas no Edifício London, na noite de 29 de março. A perícia constatou que não há sinais de arrombamento ou invasão no prédio. Além disso, os policiais têm certeza de que o pai e a madrasta de Isabella estavam no apartamento pelo menos dez minutos antes de a menina ser atirada pela janela. Isso é confirmado pelos depoimentos de testemunhas que ouviram o casal brigar. O IC reconstruiu a cena do crime, desde a chegada do casal ao prédio até o momento em que Isabella é encontrada agonizando no jardim, após a queda da janela do apartamento do pai, no 6º andar do condomínio, na Rua Santa Leocádia, na Vila Isolina Mazzei, na zona norte. Os peritos já sabem que a pegada encontrada no lençol de uma das camas do quarto de onde Isabella foi jogada é compatível com o solado de um calçado achado na casa. Eles aguardam apenas o teste de DNA na blusa e na calça da madrasta, para ter a certeza de que ela estava na cena do crime quando a menina foi espancada e asfixiada. As testemunhas ouvidas pela polícia afirmaram que em momento nenhum a madrasta se aproximou de Isabella enquanto a menina estava desfalecida no gramado - uma delas observou que Anna Carolina parecia agir com frieza. Se o sangue nas roupas for de sua enteada, isso significaria que ela estava presente no apartamento durante o espancamento. Na quarta-feira, os dez peritos do IC que se dedicam ao caso vão reunir-se para começar a elaborar o laudo conjunto sobre a dinâmica do crime.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.