
08 de maio de 2014 | 13h06
O Peru, um importador de volumes insignificantes de carne bovina brasileira, é o primeiro país a anunciar restrição ao produto do Brasil, o maior exportador global.
Caso seja confirmado, será o segundo caso atípico --que não apresenta risco de transmissão da doença-- no Brasil.
No final de 2012, houve tal ocorrência no Paraná, o que levou alguns países a decretarem restrições à carne brasileira, impactando as exportações em 2013, apesar de o caso ter sido classificado como "atípico".
Mais cedo, o presidente da Minerva Foods, Fernando Galletti, disse acreditar que eventuais restrições em 2014 fiquem limitadas ao Mato Grosso, principal Estado produtor de gado do Brasil. A companhia é a segunda exportadora de carne bovina do país, atrás da JBS.
O Brasil, que trabalha com a perspectiva de atingir exportações recordes em 2014, avalia que o animal de Mato Grosso apresentou evidências de ter um caso atípico de Encefalopatia Espongiforme Bovina (EEB), o nome técnico da doença de vaca louca.
O ministério aguarda para esta semana o resultado do laboratório de referência da Organização Mundial de Saúde Animal (OIE) ratificando o resultado de avaliações realizadas no Brasil.
No caso atípico, que ocorre de forma esporádica e espontânea, principalmente em animais mais velhos, não há relação com a ingestão pelos animais de ração contaminada. A vaca morta em Mato Grosso tinha 12 anos --nasceu e foi criada na mesma fazenda, em sistema extensivo de produção a pasto e sal mineral, segundo o ministério.
No caso clássico, a doença é transmitida por ração contaminada com o príon, por ter sido elaborada com produtos obtidos de animais infectados.
De qualquer forma, a carne e outros produtos do animal de Mato Grosso não ingressaram na cadeia alimentar, e o material de risco específico foi incinerado, segundo o ministério.
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