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Pesquisa constata ligação entre tráfico e milícia no Rio

Por AE
Atualização:

No período de 27 meses, foram registradas 381 denúncias anônimas de tráfico de drogas em áreas dominadas por milícias, revela a pesquisa "Seis por meia dúzia? - Um estudo exploratório do fenômeno das chamadas milícias no Rio", realizada pelo pesquisador Ignacio Cano, coordenador do Laboratório de Análise da Violência da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj). Ele avalia que o resultado - obtido a partir de dados do Disque-Denúncia, no período de janeiro de 2006 a abril de 2008 - "desfaz o mito de que as milícias representam uma alternativa ao domínio de narcotraficantes ou uma cruzada contra o narcotráfico". "Está claro que essa idéia de que a milícia é contra o tráfico não se sustenta", declarou. Também foram registradas nessas áreas 1.549 denúncias de extorsão e 445 de ameaça no período, e 507 acusações de homicídio. "Acusações de extorsão e ameaça eram esperadas, em função da cobrança de taxas. E as mais de 500 acusações por homicídio confirmam a natureza violenta desses grupos", diz. Para ele, o mais surpreendente foi o grande número de denúncias de tráfico de drogas. Durante a pesquisa, foram realizadas 46 entrevistas com moradores de áreas dominadas por milicianos. Financiada pela Fundação Heinrich Böll, a pesquisa foi publicada no livro "Segurança, Tráfico e Milícias no Rio de Janeiro", lançado ontem. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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