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Pesquisa culpa refrigerantes por epidemia de obesidade

Grupos ligados à indústria vêm combatendo esforços para ligar o aumento no consumo das bebidas açucaradas à crise de obesidade

Por Agencia Estado
Atualização:

Os americanos beberam até engordar, consumindo quantidades cada vez maiores de refrigerantes e outras bebidas açucaradas ao longo das últimas quatro décadas, conclui uma nova análise científica. Cada lata de refrigerante ao dia pode representar 7 kg extras ao ano, e a evidência sugere fortemente que esse tipo de consumo é a principal razão para o número crescente de pessoas que ganha peso nos Estados Unidos. "Tentamos olhar para o quadro geral, em vez de estudos particulares", e o resultado justifica os esforços dos serviços de saúde pública para limitar as bebidas adoçadas com açúcar, disse o médico Frank Hu, principal autor do artigo publicado na edição desta terça-feira pelo American Journal of Clinical Nutrition. Ele e outros pesquisadores da Escola de Saúde Pública de Harvard revisaram 40 anos de estudos de nutrição. O consumo de refrigerantes acompanha passo a passo a crescente epidemia de obesidade, mas grupos ligados à indústria vêm combatendo esforços para ligar um fato diretamente ao outro. Em resposta ao estudo mais recente, a organização empresarial American Beverage Association (Associação Americana de Bebidas) acusa os pesquisadores de ignorar alguns trabalhos que concluem contra a ligação entre o refrigerante e a epidemia. "Culpar um produto específico como a raiz da obesidade desafia o bom senso", diz a nota da indústria. "Há muitos fatores que contribuem (para o problema), incluindo a atividade física". No entanto, o médico David Ludwig, um defensor da limitação ao consumo de refrigerante, diz que jogar a culpa em outros fatores é enganoso. "Dá para imaginar alguém dizendo que deveríamos ignorar o papel da pressão alta nos ataques cardíacos, porque há muitas causas? É ridículo". Quando se trata de comparar consumo de bebidas e obesidade, "é como documentar a força da gravidade", diz ele. "Há um caso esmagador em defesa de uma relação de causa e efeito".

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