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Pesquisas apontam vitória de Netanyahu em possível eleição em Israel

Para analistas, premiê quer eleições antes de campanha eleitoral dos EUA, temendo maior pressão da Casa Branca em 2013.

Por Guila Flint
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Poucos dias antes da votação do Parlamento israelense por sua autodissolução, pesquisas indicam que o atual primeiro-ministro, Binyamin Netanyahu, será reconduzindo ao cargo no pleito previsto para setembro. Para analistas, a crise entre dois partidos da coalizão governista e um cálculo político do primeiro-ministro, de se adiantar aos resultados da campanha eleitoral americana, seriam os motivos para a provável convocação de novas eleições. Nesta quinta-feira, o chefe da bancada governista no Parlamento, Zeev Elkin, do partido Likud (ao qual Netanyahu é filiado), anunciou que já existe um acordo entre os partidos da coalizão concordando com a dissolução e a convocação de eleições para 4 de setembro. De acordo com uma pesquisa de opinião publicada nesta quinta-feira pelo instituto Dialog, 48% dos israelenses consideram Netanyahu a pessoa mais adequada para liderar o país. Em segundo lugar fica a líder do Partido Trabalhista, Shely Iachimovitz, com apenas 15% das intenções de voto. O terceiro colocado é o ministro das Relações Exteriores, Avigdor Lieberman, do partido de extrema-direita Israel Beitenu, com 9%. Para analistas, a decisão de antecipar as eleições, previstas originalmente para outubro de 2013, foi motivada pela atual crise na coalizão que governa Israel. A divergência se dá entre o partido ultraortodoxo Shas e o partido Israel Beitenu, liderado por Lieberman. O grupo comandado pelo chanceler israelense pretende mudar a atual legislação, para que os ultraortodoxos também sejam obrigados a servir o Exército. O Shas, por sua vez, defende que os religiosos continuem isentos do serviço militar para poder estudar em seminários rabínicos. Outra dificuldade de Netanyahu é a aprovação do orçamento governamental, sobre o qual há sérias divergências dentro de sua coalizão. Obama Para vários analistas, Netanyahu resolveu antecipar as eleições de olho na campanha eleitoral americana. Segundo os especialistas, o primeiro-ministro conta com a vitória de Barack Obama, em novembro, e com uma maior pressão da Casa Branca sobre o avanço do processo de paz a partir de 2013. O aumento da tensão com o governo americano poderia enfraquecer Netanyahu, fazendo-o perder apoio do público israelense, como já aconteceu no passado com o ex-primeiro ministro Itzhak Shamir, que sofreu serias pressões por parte do presidente George Bush, em 1992, e perdeu as eleições para Itzhak Rabin. Segundo o analista politico do jornal Haaretz, Ari Shavit, o primeiro-ministro de Israel "está decidido a chegar às urnas antes das eleições americanas em novembro". O analista afirma que Obama "detesta" Netanyahu e prevê que se for reeleito, o presidente americano irá "esmagar o premiê israelense que ousou se levantar contra ele". Vale lembrar que Netanyahu rejeitou a proposta de Barack Obama de retomar as negociações de paz com os palestinos, com base nas fronteiras anteriores à guerra de 1967, afirmando que essas fronteiras "são indefensáveis". BBC Brasil - Todos os direitos reservados. É proibido todo tipo de reprodução sem autorização por escrito da BBC.

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