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Pessimismo com China não se justifica, diz presidente da Vale

Por JEFERSON RIBEIRO
Atualização:

O pessimismo com a economia da China, principal compradora de minério de ferro da brasileira Vale, não se justifica, uma vez que os indicadores chineses continuam a surpreender, disse o presidente da mineradora, Murilo Ferreira, após evento em Brasília. "Estamos comemorando a produção de 70 milhões de toneladas de aço (na China), recorde de todos os tempos, de toda vida de produção de aço. Eu estou dizendo que a cada mês vocês falam mal da China e a cada mês ela surpreende. Vai ter novo recorde? Continuo muito confiante com a China", afirmou Ferreira à Reuters. A produção de aço na China em março ficou em 70,25 milhões de toneladas, alta de 2,2 por cento sobre um ano atrás, mostraram dados da Agência Nacional de Estatísticas do país nesta quarta-feira. Já a economia da China cresceu 7,4 por cento no primeiro trimestre sobre um ano antes, informou nesta quarta-feira a agência. O resultado ficou ligeiramente acima da expectativa em pesquisa da Reuters de 7,3 por cento, mas ainda abaixo dos 7,7 por cento no último trimestre de 2013. O presidente da Vale indicou ainda que acredita em um crescimento na produção de aço da China em 2014. "Eu acho que a China neste ano faz de 820 milhões a 850 milhões de toneladas", declarou ele. A China, maior produtor global de aço do mundo, produziu 779 milhões de toneladas em 2013, segundo a associação global que representa a indústria, a Worldsteel. Na terça-feira, as ações preferenciais da Vale recuaram 4,62 por cento na bolsa paulista, diante de temores sobre desaceleração na economia da China. Nesta quarta, os papéis da mineradora exibiam valorização de 0,54 por cento às 14h07, cotadas a 28,02 reais, com desempenho abaixo do Ibovespa, que subia 1,01 por cento no mesmo horário. GUINÉ O presidente da Vale disse ainda que a mineradora não recebeu nenhuma comunicação do governo da Guiné sobre a situação das concessões de minério de ferro da mineradora e de sua parceira no país, ao ser questionado sobre o assunto. Um relatório do governo da Guiné recomendou este mês que a BSG Resources (BSGR) e sua parceira Vale em joint venture no país percam duas concessões de minério de ferro, dizendo que a BSGR as obteve por meio de corrupção. O relatório disse que a Vale, maior acionista da joint venture VBG, não participou da corrupção. A BSGR vendeu 51 por cento de seus ativos na Guiné para a Vale em 2010, quando criou a VBG, em um negócio de 2,5 bilhões de dólares. A Vale pagou 500 milhões de dólares no ato, com pagamento futuros condicionados ao cumprimento de metas de produção. A Vale já reconheceu em relatório ao mercado que se o governo da Guiné decidir aceitar a recomendação, a companhia poderá perder todo o seu investimento no projeto de Simandou.

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