PF faz busca em casa de vice da CBF e membro da Fifa Del Nero

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Por Redação
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O vice-presidente da CBF e membro do comitê executivo da Fifa, Marco Polo Del Nero, teve sua casa vasculhada pela Polícia Federal e prestou depoimento em São Paulo, nesta segunda-feira, como parte de uma operação contra quadrilhas que atuavam na venda de informações sigilosas e cometendo crimes contra o sistema financeiro, informou a PF. A polícia não forneceu detalhes sobre o suposto envolvimento de Del Nero nas organizações criminosas. A PF informou, em comunicado, que 33 pessoas foram presas e 87 mandados de busca e apreensão foram cumpridos nos Estados de São Paulo, Goiás, Distrito Federal, Pará, Pernambuco e Rio de Janeiro. Del Nero, que tem um escritório de advocacia e também é presidente da Federação Paulista de Futebol, disse em nota oficial que prestou depoimento regulamentar à Polícia Federal, sendo liberado em seguida, após ter sido "surpreendido em uma operação da Polícia Federal durante esta madrugada". O dirigente assumiu o posto de representante da América do Sul no comitê executivo da Fifa no lugar de Ricardo Teixeira, que renunciou ao cargo e à presidência da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) no início do ano, em meio a inúmeras denúncias de corrupção. Del Nero também faz parte do comitê organizador da Copa do Mundo de 2014. O secretário-geral da Fifa, Jérôme Valcke, em visita ao Brasil, afirmou que a entidade também poderá investigar Del Nero. "Temos uma comitê de ética com liberdade para investigar qualquer membro da Fifa, mas não podemos acusar ninguém. Somos todos inocentes até que prove o contrário", disse o dirigente no Rio de Janeiro, durante a Soccerex. O inquérito da Polícia Federal, iniciado em 2009, identificou duas organizações criminosas e que tinham como elo uma pessoa investigada, que atuava com os dois grupos. A PF batizou a operação de Durkheim. Uma organização tinha como atividade principal a remessa de dinheiro ao exterior por meio de atividades de câmbio sem autorização do Banco Central, segundo a PF, e a outra atuava como uma grande rede de espionagem ilegal, composta por vendedores de informações sigilosas, e por seus fornecedores, pessoas com acesso a bancos de dados sigilosos, como funcionários de empresas de telefonia, bancos e servidores públicos. (Por Pedro Fonseca, com reportagem adicional de Rodrigo Viga Gaier)

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