PF prende 25 por extração e venda ilegal de madeira

Organização criminosa exportava madeira Jacarandá-da-Bahia para a fabricação de instrumentos musicais

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Por Solange Spigliatti
Atualização:

A Polícia Federal, com apoio da Polícia Militar de Minas Gerais e do Instituto Estadual de Florestas, prendeu nesta quinta-feira 25 pessoas durante a operação Wood Stock, desencadeada em Minas Gerais, Espírito Santo, São Paulo, Rio de Janeiro, Bahia e Piauí, além do Distrito Federal. A operação visa desmantelar uma organização criminosa que atua na atividade ilícita de extração e exportação de madeira Jacarandá-da-Bahia, que tem sua exploração atualmente proibida, e era utilizada na fabricação de instrumentos musicais. Nos últimos quatro anos foram exportadas pelo menos 13 toneladas desse produto. Segundo a PF, foram cumpridos, pelos cerca de 350 policiais federais, 25 mandados de prisão e 67 mandados de busca e apreensão expedidos pela 9ª Vara Federal Criminal em Belo Horizonte e cumprimento de mandados judiciais executadas pelo U.S. Fish And Wildlife Service na cidade de Massachusetts, Estados Unidos. Os principais envolvidos praticavam o comércio ilegal de jacarandá-da-bahia (Dalbergia nigra), além de outras madeiras nobres, que era extraída principalmente no sul da Bahia, enviada ao Espírito Santo e Minas Gerais, onde era beneficiada e exportada. O corte da madeira, de acordo com a PF, era feito sem documentação legal, com notas frias, e seu transporte, para outras localidades, era realizado com a utilização de documentos que acobertavam somente parte da carga, de menor valor comercial, sendo as espécies valiosas camufladas em meio às outras. Exportação A madeira destinava-se para a fabricação de instrumentos musicais, que também eram vendidos pela internet. O principal objetivo da quadrilha era o contrabando da madeira, por meio de cargas enviadas via correios e contêineres, principalmente para os Estados Unidos. Durante as diligências policiais, foram apreendidas cargas de madeira em aeroportos nos Estados Unidos e Brasil, tendo os suspeitos afirmado perante as autoridades norte-americana e brasileira que se tratava de madeira distinta do Jacarandá, como forma de burlar à fiscalização. Exames periciais confirmaram tratar-se de madeira proveniente da Mata Atlântica Brasileira. Agentes públicos também trabalhavam no esquema, liberando cargas irregulares e avisando os madeireiros sobre fiscalizações e blitz da polícia ambiental, o que facilitava a ocultação dos ilícitos e garantia a impunidade.

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