PF prende 61 por transporte irregular de madeira em MT

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Por NELSON FRANCISCO
Atualização:

Em nova operação para reprimir crimes ambientais na Amazônia, a Polícia Federal (PF) prendeu hoje, em Mato Grosso, 61 acusados de integrar uma quadrilha que facilitava o transporte irregular e a exploração ilegal de madeira. O grupo, investigado desde maio, era formado por funcionários públicos estaduais, policiais rodoviários federais, madeireiros e advogados. Entre os detidos, são suspeitos de formar o bando 29 funcionários da Secretaria de Estado do Meio Ambiente (Sema), Instituto de Defesa Agropecuária (Indea), Delegacia Estadual de Repressão a Crimes contra o Meio Ambiente (Dema), 10 da Polícia Rodoviária Federal (PRF) e 12 negociantes de madeira. As prisões foram decretadas pelo juiz Julier Sebastião da Silva, da 1ª Vara da Justiça Federal de Cuiabá, que acolheu pedido do Ministério Público Federal (MPF). Segundo o delegado Carlos Eduardo Fistarol, da Polícia Federal (PF), o esquema criminoso de fraude supostamente comandado pela advogada Silvana Moura Valente começava na Sema. Lá, servidores públicos estaduais envolvidos imprimiam maior agilidade nos processos de licenciamento para exploração florestal, liberando em apenas dois dias ações que demorariam até 40 dias. Em seguida, servidores do Indea adulteravam a classificação da madeira extraída, permitindo o transporte de espécies nobres como comuns, sem chamar a atenção de policiais da PRF em outros Estados. Os policiais são acusados de fazer "vista grossa" aos certificados irregulares e liberavam os caminhões com cargas de madeiras ilegais, que saíam da região norte de Mato Grosso. Por caminhão de madeira liberado, o policial de plantão envolvido receberia 500 reais. Denominada Termes - em latim, a expressão significa "verme'''' - , a operação mobilizou 250 policiais federais e 20 da Força Nacional de Segurança (FNS) para cumprir ainda 58 mandados de busca e apreensão em 14 cidades do Estado. Segundo a PF, o esquema foi descoberto a partir da deflagração da Operação Arco de Fogo, que visa a reprimir os crimes ambientais na Floresta Amazônica, que consistiam na facilitação de todas as fases do processo de comercialização de madeira. Silvana e parte da quadrilha presa que ainda não constituiu advogado no processo não quiseram dar declarações.

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