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PF prende acusados de forjar crimes em ônibus de viagem

Por AE
Atualização:

A Polícia Federal (PF) desarticulou ontem quadrilhas lideradas por dirigentes e empresários do setor de transporte rodoviário de passageiros que atuavam nos Estados de São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Os dirigentes das empresas de ônibus contavam com o apoio de pelo menos 14 agentes da Polícia Rodoviária Federal (PRF) e 7 fiscais das agências reguladoras de São Paulo e Santa Catarina. Todos são acusados de patrocinar operações e blitze contra as concorrentes e até de forjar flagrantes, colocando drogas e armas nos bagageiros dos ônibus das rivais para que fossem incriminadas por tráfico. Dos 35 mandados de prisão expedidos pelo juiz Cláudio Kitner, da 1ª Vara da Justiça Federal em Ourinhos, no interior de São Paulo, 34 haviam sido cumpridos até o início da noite de ontem. Entre os detidos estão 3 empresários do setor, 14 intermediários, 10 policiais rodoviários federais da delegacia de Marília, 4 fiscais da Agência Reguladora de Serviços Públicos Delegados de Transporte do Estado de São Paulo (Artesp) e 3 do Departamento de Transportes e Terminais de Santa Catarina (Deter). As Viações Nossa Senhora da Penha - mais conhecida como Penha -, Andorinha e Garcia são acusadas de utilizar as mais diversas artimanhas para prejudicar as concorrentes. A Penha, aliás, pertencia ao Grupo Itapemirim, que também controla a Viação Itapemirim, uma das empresas lesadas pela quadrilha. Em junho, ela foi negociada com o Grupo Áurea, pertencente ao dono da Gol. O golpe mais comum era arquitetar operações ou patrocinar fiscalizações mais rigorosas contra as empresas rivais na região oeste do Estado e em Santa Catarina. Em troca, as companhias teriam bancado festas e churrascos e fornecido dinheiro aos policiais e fiscais envolvidos. Há indícios de que integrantes de uma das quadrilhas também fizeram doações para a campanha de um candidato a vereador da região. As investigações que deram origem à Operação Veredas da PF começaram há dois anos, para apurar suspeitas de peculato (desvio de dinheiro público) praticado por policiais rodoviários federais de Ourinhos. ?As primeiras denúncias eram de desvios de apreensões de contrabandos que envolviam pessoas do serviço público, no caso, policiais rodoviários federais?, disse o superintendente da PF em São Paulo, Jaber Makul Hanna Saadi. Durante as investigações, a PF, o Ministério Público Federal (MPF) e a Corregedoria da PRF se depararam com golpes muito maiores. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo

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