PF prende prefeito de Paracaima-RR após conflito

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Por LOIDE GOMES
Atualização:

A Polícia Federal (PF) prendeu hoje o rizicultor e prefeito de Pacaraima (RR), Paulo César Quartiero, acusado de tentativa de homicídio, formação de quadrilha e porte de artefato explosivo. Também foram presos o filho dele Renato Quartiero e mais nove funcionários da Fazenda Depósito, na terra indígena Raposa Serra do Sol (RR). As prisões ocorreram durante o cumprimento de um mandado de busca e apreensão autorizado hoje pelo Supremo Tribunal Federal (STF). César Quartiero e os nove funcionários detidos foram levados à superintendência da PF em Boa Vista. Eles são acusados de participação no atentado que deixou dez índios feridos à bala, ontem, durante ocupação da fazenda. A possível identificação seria feita com base numa fita de vídeo gravada durante o tiroteio e também pelas vítimas do ataque. A PF reforçará a segurança no Surumu, centro de conflitos envolvendo indígenas e não-indígenas na Raposa Serra do Sol. Durante a prisão do prefeito de Pacaraima, houve reação da população do Surumu e confronto com a policia. Os moradores atiraram pedras contra os policiais, que reagiram com bombas de efeito moral, balas de borracha e jatos de aerossol de pimenta. Na confusão, três pessoas sofreram ferimentos leves e o índio tuxaua José Brasão foi preso acusado de tentar agredir um dos policiais. Também foi detido no Surumu o mecânico da fazenda de César Quartiero, Ian Barbosa, de 28 anos, suspeito de ter atirado nos indígenas. Hoje, a segurança foi reforçada no Surumu. O efetivo a PF e da Força Nacional de Segurança (FSN) é de 140 homens. Eles montaram barreiras na entrada do local e revistam todos os que entram ou saem do local. Pouco antes da prisão do prefeito, o ministro da Justiça, Tarso Genro, visitou a área. Genro disse que a decisão do STF sobre a manutenção ou não da demarcação da terra indígena deverá sair em 15 ou 30 dias. Ele avisou o ministro Carlos Ayres, do STF, da ida a Roraima. Com forte aparato de segurança, Genro esteve no local onde os indígenas sofreram o atentado. O ministro da Justiça disse que veio para investigar a responsabilidade pelo incidente e pedir tranqüilidade aos índios, que não reagissem a provocações e aguardassem a resolução do STF.

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