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PF vai retirar arrozeiro que não deixar reserva em RR

Por AE
Atualização:

Com o fim do prazo hoje para a saída voluntária dos não-índios da reserva Raposa Serra do Sol, em Roraima, começa amanhã a Operação Upatakon 3, para retirada forçada dos que ficarem na área. A ordem é para retirar as pessoas e, depois, as benfeitorias e animais. Deverão ser mobilizados cerca de 400 homens da Polícia Federal e da Força Nacional de Segurança. O superintendente da Polícia Federal em Roraima, delegado José Maria Fonseca, planejou a montagem de três bases policiais na área indígena, para evitar conflitos.Grupos de fiscais do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e da Agência Nacional de Águas (Ana) também acompanham a operação para fazer levantamentos sobre danos ambientais. Na terça-feira, três arrozeiros foram autuados em R$ 40,8 milhões por desrespeito a normas de preservação do meio ambiente. Em maio do ano passado, outros R$ 30,6 milhões foram lançados em multas, pelos mesmos motivos. As multas do fazendeiro Paulo César Quartiero, maior produtor de arroz do Estado, chegam a quase R$ 50 milhões. A retirada dos arrozeiros da reserva indígena divide os indigenistas. A advogada do Instituto Sócio-Ambiental (ISA), Ana Paula Souto Maior, considera a data extremamente significativa para que as etnias que vivem no local, que terão condições de planejar o futuro, livres de ameaças e agressões por parte dos invasores. Para o ex-presidente da Fundação Nacional do Índio (Funai), o sertanista Sidney Possuelo, o governo ainda "terá muitas dores de cabeça" com as "restrições à posse da reserva". Entre os problemas, ele cita a autorização expressa para que o Exército ou outros órgãos do governo entrem na área sem precisar avisar aos índios. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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