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Pico da expansão demográfica no País ocorreu há 50 anos

Por José Roberto de Toledo
Atualização:

O auge de crescimento demográfico no Brasil aconteceu há meio século, quando a população aumentava a 3,2% ao ano, em média. O momento de pico variou de região para região. Aconteceu nos anos 50 no Sul e no Sudeste, dez anos depois no Nordeste e só foi bater no teto no Norte na década de 70. No Centro-Oeste, cada Estado atingiu sua aceleração máxima em épocas diferentes.Todas as regiões ultrapassaram seu pico e têm atualmente taxas positivas, mas declinantes de crescimento demográfico. As que estão desacelerando há mais tempo, como o Sul e o Sudeste, caíram para 0,9% e 1,1% de aumento populacional por ano na última década, respectivamente. No auge, cresciam a velocidades de três a quatro vezes maiores.O Norte ainda apresenta taxa superior a 2% ao ano porque sua desaceleração é mais recente. Mas, se mantiver a tendência dos últimos 30 anos, chegará ao final desta década a uma velocidade de crescimento tão baixa quanto a do Sudeste. Rondônia, por exemplo, teve crescimento explosivo nos 70, quando sua população crescia a mais de 15% por ano e foi multiplicada por cinco entre 1970 e 1980. Era a época do milagre brasileiro, das obras faraônicas da ditadura, como a Transamazônica, que atraíam milhares de migrantes. Atualmente, o Estado cresce a modestos 1,3% ao ano.Não apenas os movimentos migratórios interregionais estão muito dramáticos, como o número de filhos por mulher diminui. Roraima, com 3,5% ao ano, é o único Estado que cresce a taxas altas, embora também declinantes. Mas sua população ainda é tão escassa que caberia toda na 10.ª maior cidade paulista.De todas as grandes regiões, o Centro-Oeste tem a desaceleração mais lenta, embora constante, do seu crescimento populacional. Embora as novas fronteiras agrícolas ainda atraiam migrantes para Mato Grosso e Goiás, é a riqueza proporcionada pelos altos salários do funcionalismo público em Brasília a responsável pela maior taxa de crescimento populacional da região na última década: 2,3% no Distrito Federal.É ESPECIALISTA EM PESQUISAS E ESTATÍSTICAS

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