PUBLICIDADE

Piscinão do Jabaquara vira canteiro de obras do Metrô

Área que abriga também pista de skate e quadras para comunidades foi 'emprestada' para a construção da Linha 17

Por Caio do Valle
Atualização:

As obras do polêmico monotrilho da Linha 17-Ouro, na zona sul da capital, estão chegando ao Piscinão do Jabaquara, onde ficará o pátio de manutenção dos trens do ramal. Um decreto do prefeito Fernando Haddad (PT), publicado no sábado, 08, autoriza o Metrô de São Paulo a usar o espaço - que pertence ao município - para a construção da área de manobras e estacionamento. Com isso, quatro quadras poliesportivas e uma pista de skate, todas públicas e dentro do terreno, serão fechadas.Por sua vez, a Prefeitura impôs ao Metrô, controlado pelo governo do Estado, a obrigação de remanejar os equipamentos sociais ali situados, "evitando a interrupção dos serviços prestados à comunidade". A área destinada a essa obra totaliza cerca de 64,3 mil metros quadrados.Dentro do terreno do piscinão, funciona, além do reservatório (capaz de armazenar 360 mil metros cúbicos de águas pluviais), o Centro Comunitário Água Espraiada, onde costuma haver oficinas profissionalizantes. É também aí que se situam as quadras e rampas dos skatistas. A região, cheia de comunidades pobres, é carente de infraestrutura pública de qualidade.Um dos tópicos levantados na última quinta-feira em uma audiência sobre o Metrô no Ministério Público Estadual (MPE) foi justamente a questão do remanejamento de favelas perto do traçado da Linha 17.Líderes comunitários e outras pessoas engajadas no assunto expuseram, ao secretário estadual dos Transportes Metropolitanos, Jurandir Fernandes, sua preocupação com os despejos. O foco são as comunidades Buraco Quente e Comando, na própria Avenida Jornalista Roberto Marinho, pela qual passará o monotrilho e onde se localiza o Piscinão do Jabaquara."Não existe um diálogo contínuo e efetivo com a população", reclamou a universitária Ana Marília de Souza, do Núcleo de Direito à Cidade da Universidade de São Paulo (USP). Segundo ela, os moradores se queixam da falta de acesso às informações sobre as obras do Metrô. A diretora de assuntos corporativos da empresa, Alexandra Leonello Granado, assumiu que o Metrô deve melhorar nesse sentido. "Nós não aceitamos prejudicar comunidades inteiras como um efeito colateral."Dividida em três trechos, a obra da Linha 17-Ouro começou no ano passado pela porção central, de 7,7 km, que envolve oito estações (Morumbi, Chucri Zaidan, Vila Cordeiro, Campo Belo, Vereador José Diniz, Brooklin-Paulista, Congonhas e Jardim Aeroporto).PrazoA Assessoria de Imprensa do Metrô afirmou que a entrega desse trecho será em 2014. Mas o gerente de Planejamento do Metrô, Alberto Epifani, disse o seguinte, na semana passada: "Em 2015, eu vou entregar o trecho desde o Jardim Aeroporto até Morumbi, da CPTM, com um shuttle que vai engatar o Aeroporto de Congonhas à linha". O prolongamento oeste do monotrilho, até a Estação São Paulo-Morumbi, da Linha 4-Amarela, segundo Epifani, ocorrerá em 2016, assim como a extensão leste, até a Estação Jabaquara, da Linha 1-azul. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.