PM prende 12 do MST por assaltos em rodovia do Pará

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Por AE
Atualização:

A polícia de Marabá começou a interrogar ontem 12 agricultores ligados ao Movimento dos Sem-Terra (MST) presos no sábado, sob a acusação de assalto e porte ilegal de armas. Segundo a polícia, eles estavam roubando motoristas na rodovia PA-150, em Eldorado dos Carajás, no sudeste paraense. A área fica nas proximidades da Fazenda Maria Bonita - invadida recentemente pelo MST. Ela pertence à Agropecuária Santa Bárbara, empresa do grupo do banqueiro Daniel Dantas. Em poder dos acusados, que confirmaram pertencer ao MST, policiais rodoviários apreenderam nove espingardas do tipo cartucheira, munição, um binóculo e um revólver calibre 38. Até o começo da noite de ontem, os dirigentes do MST não haviam se manifestado sobre as prisões. Além dos militantes do MST, a fazenda do banqueiro também foi invadida por grupos da Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Pará (Fetagri) e da Federação dos Trabalhadores na Agricultura Familiar (Fetraf).Os dois grupos afirmam que chegaram antes e não gostam da presença dos militantes do MST. Há um permanente clima de tensão entre os três grupos. O quadro é agravado pela presença de um quarto grupo, de grileiros. Ainda segundo os sem-terra, que preveem a desapropriação da fazenda, eles se instalaram em uma parte das terras e prometem resistir, tanto à ação dos outros invasores quanto da polícia. Funcionários da fazenda disseram que o motivo das brigas entre os grupos é a disputa pelas residências dos empregados da propriedade, expulsos do local desde fevereiro.Em Brasília, manifestantes do MST, com o apoio de centrais sindicais, protestaram ontem em frente à sede do Supremo Tribunal Federal (STF) contra o que chamaram de tentativa de criminalização dos movimentos sociais no Brasil. Os manifestantes reclamaram especialmente do presidente do STF, Gilmar Mendes, que recentemente afirmou que é ilegítimo repassar dinheiro público para movimentos que promovem invasões de terras. Os manifestantes gritavam ?fora Gilmar Mendes? e ?trabalhador rural não é marginal?. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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