PMs acusados de espancar professores em Cuiabá são investigados

Professores argentinos foram presos no fim de semana e liberados nesta quarta-feira depois da intervenção da Embaixada Argentina no Brasil

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Por Fátima Lessa
Atualização:

Cuiabá - A Corregedoria Gerald a PM de Mato Grosso abrirá um procedimento administrativo para apurar denúncias contra dois policiais que teriam espancados dois professores universitários argentinos no último fim de semana, em Cuiabá, no Mato Grosso.

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Os professores, os irmãos Luiz Augustin Lujan,26, e Ignácio Luiz Marcelo Lujan, 29 anos, foram presos nunca casa noturna, no sábado, 31 de março, acusados de terem roubado um celular e uma máquina fotográfica da bolsa de uma cliente, irmã de um dos policiais envolvidos no caso. Os policiais não estavam em horário de serviço, segundo confirmou a PM.

Os professores ficaram detidos no Centro de Ressocialização de Cuiabá, antigo presídio do Carumbé, e foram liberados na noite desta quarta-feira,4, depois da intervenção da Embaixada Argentina no Brasil que enviou para Cuiabá o cônsul argentino Gabriel Herrera que exigiu agilidade na liberação dos argentinos através da contratação de uma advogada.

Herrera disse que sua vinda para a Cuiabá aconteceu porque não conseguiu manter contatos por telefone com as autoridades de Mato Grosso. Em entrevista, Herrera disse que houve, no mínimo, falta de postura ética e despreparo dos órgãos de segurança pública. "Em qualquer situação que envolva estrangeiros a primeira coisa é comunicar o fato à embaixada do país do envolvido".

A advogada contratada para acompanhar o caso, Beatriz Viana, disse por telefone, que a acusação de roubo é infundada. "Eles tem uma máquina no valor de R$ 22 mil, a que teria sido roubado custa no máximo R$ 300. Além do mais eles tinham R$ 6,6 mil em dinheiro, possuem cartão de créditos internacional, oito mil euros depositado em uma conta" informou.

Herrera observou que os dois argentinos tem curso superior e foram colocados em cela comum. Ele disse que um dos presos teria perdido três dentes e tido um ouvido estourado conforme exames realizados. "Foram muitos socos no rosto", disse.

Para o representante consular, situações como essas expõem uma completa falta de estrutura para receber turistas principalmente durante o período da Copa 2014.

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Africano. Há seis meses, dois militares e um empresário espancaram um estudante universitário nigeriano de 27 anos até a morte. Os três respondem ação judicial na 3ª Vara Criminal da capital por lesão corporal seguida de morte.

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