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Polícia austríaca reforça segurança para julgamento de Fritzl

Josef Fritzl começa a ser julgado na segunda-feira, depois de ter mantido a filha presa num porão por 24 anos

Por Luis Fernando Ramos
Atualização:

A polícia da cidade austríaca de Sankt Pölten preparou um esquema de segurança sem precedentes para o julgamento de Josef Fritzl, que terá início na próxima segunda-feira, 16. Fritzl aprisionou a própria filha durante 24 anos num porão em sua casa e gerou sete filhos com ela (um morreu após o parto). O julgamento despertou enorme interesse da mídia internacional. Para evitar contratempos, as autoridades proibiram até mesmo o uso do espaço aéreo num raio de cerca de um quilômetro no entorno do Tribunal de Justiça da cidade. "A medida visa a impedir tentativas de fuga de outros presos através de helicópteros, como aconteceu recentemente na Grécia", justifica o diretor de polícia da cidade, Johann Schadwasser. "Além do mais, o processo não poderia ser atrapalhado pelo barulho incessante das hélices". A partir do início do julgamento, a polícia vai isolar o entorno do prédio e só permitirá a entrada de pessoas credenciadas. São esperados protestos pacíficos de ONGs como "Opferoffensive ("Ofensiva pelas vítimas", em alemão) e "Resistance for Peace ("Resistência pela paz", em inglês) na região próxima ao tribunal. Boa parte das equipes de televisão internacionais já chegou à cidade. A prefeitura fechou uma rua paralela ao local do julgamento para que os caminhões de transmissão possam ficar estacionados. Os hotéis de Sankt Pölten estão com a lotação completa a partir de domingo. "É uma chance única. Vamos mostrar à imprensa o lado bom de nossa cidade. Não queremos ficar conhecidos apenas pelo julgamento de Fritzl", afirma Leo Graf, proprietário do Hotel Graf. No processo que terá início na segunda-feira, Fritzl terá de responder pela acusação de seis crimes: cárcere privado, incesto, coação, estupro, assassinato (o acusado queimou o bebê falecido após o parto num forno de sua casa) e prática de escravidão.

 

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