PUBLICIDADE

Polícia baiana prende homem de Geddel

Ligado ao PMDB, Lomanto foi acusado de comandar esquema de corrupção no setor de transportes do Estado

Por Tiago Décimo e SALVADOR
Atualização:

A Polícia Civil prendeu ontem, em Salvador, o ex-diretor executivo da Agência Estadual de Regulação de Serviços Públicos de Energia, Transportes e Comunicações da Bahia (Agerba), Antônio Lomanto Netto. O episódio eleva a tensão e acirra a ruptura, no cenário político baiano, entre o PMDB do ministro da Integração Nacional, Geddel Vieira Lima, e o PT do governador Jaques Wagner. Ligado aos peemedebistas, que o indicaram para o posto, Lomanto Netto foi acusado de comandar um esquema de corrupção na liberação de linhas intermunicipais de ônibus. Foram detidas mais seis pessoas, entre funcionários do órgão e empresários do transporte.Lomanto Netto ocupou a diretoria executiva da agência por 32 meses, entre o início do governo Jaques Wagner, em janeiro de 2007, e agosto deste ano, quando os partidos romperam para que Geddel lançasse sua pré-candidatura ao executivo estadual em 2010. Ele é filho do ex-governador da Bahia (1963-1967) e ex-senador (1979-1987) Antônio Lomanto Junior e tio do atual líder do PMDB na Assembleia Legislativa baiana, Leur Lomanto Junior.De acordo com o secretário de Segurança Pública da Bahia, César Nunes, as investigações sobre a agência estadual foram iniciadas há cerca de sete meses, depois que a polícia recebeu denúncia de que o órgão estaria cobrando propina para liberar novas linhas de ônibus. Foram usadas interceptações telefônicas para acompanhar as negociações. "Colhemos novas provas hoje e as investigações continuam", afirmou Nunes. Os agentes cumpriram dez mandados de busca e apreensão na capital baiana e em Itabuna, no sul do Estado, sede de uma das empresas investigadas.LÍDERAinda segundo a polícia, Lomanto Netto liderava o grupo, comandando o esquema de cobrança de verbas adicionais para conceder linhas rodoviárias às empresas interessadas. O advogado do ex-diretor da agência, Sérgio Habib, negou as acusações, afirmando que todos os procedimentos adotados pelo órgão foram analisados e aprovados pelas procuradorias responsáveis.Ao longo do dia, peemedebistas cogitaram a possibilidade de a operação ter cunho político, mas a polícia rebateu a hipótese, lembrando que as investigações foram iniciadas quando os partidos eram aliados.O líder do governo na Assembleia Legislativa, Waldenor Pereira (PT), negou qualquer relação entre a atuação dos agentes e a disputa partidária. "Também fomos pegos de surpresa", afirmou o deputado.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.