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Polícia descarta tiro acidental na morte de Sendas

Por PEDRO DANTAS E FELIPE WERNECK
Atualização:

A polícia do Rio de Janeiro descarta a hipótese de que o empresário Arthur Sendas tenha sido morto por um disparo acidental e afirma que todas as provas apontam para uma execução premeditada pelo motorista da família Roberto Costa Júnior. De acordo com Rafael Menezes, delegado adjunto da 14ª Delegacia de Polícia (DP), no Leblon, na zona sul da capital fluminense, o laudo do Instituto de Criminalística Carlos Éboli (ICCE) descarta a tese de tiro acidental apresentada pelo motorista, pois a vítima estava em posição de defesa e o disparo foi efetuado a curta distância. Além disso, o depoimento de uma empregada indica que não houve discussão entre os dois. "Ele (o acusado) alega que o disparo foi acidental, mas os fatos e o laudo apontam para um crime intencional. Ele foi armado até a casa do empresário sem ter o porte de arma", disse o delegado. O laudo atesta que o empresário, de 73 anos, perdeu o dedo indicador esquerdo ao tentar proteger o rosto do projétil que entrou pelo olho esquerdo e saiu pela nuca. A pistola usada pelo motorista no dia do crime está registrada em nome de Costa Júnior na Secretaria de Segurança Pública (SSP). "Vamos apurar agora se ele preenchia os requisitos para possuir esta arma." Menezes informou que o inquérito está "praticamente" concluído. Os investigadores ainda tentam precisar o tempo exato de permanência do motorista no prédio pois as diferentes câmeras de vigilância do edifício mostram horários diversos tanto para entrada, quanto para a saída. Costa Júnior, de 28 anos, será indiciado sob acusação de homicídio doloso (quando há intenção de matar) qualificado por motivo fútil, que tem pena prevista de até 30 anos de prisão. O motorista foi transferido da cela que ocupava na 14ª DP para a carceragem da Polinter, na Pavuna, zona norte. Orientado pelo advogado Antônio Félix, ele não prestou depoimento na delegacia e afirmou que falará apenas em juízo. "Orientei meu cliente desta forma porque, após se entregar e falar com os jornalistas, ele ficou por duas horas trancado com o delegado José Alberto Pires Lage (titular da 14ª DP) em uma conversa informal. Isso não é normal e desgastou meu cliente", disse. Habeas-corpus O advogado informou que pretende entrar com um pedido de habeas-corpus em duas semanas e afirmou que a defesa sustentará que o disparo foi acidental e ocorreu durante uma discussão. "Ele foi reivindicar que estava sendo mandado embora e não tenha sido bem recebido pelo Arthur, que o agrediu verbalmente. Os dois se desentenderam, a arma caiu e ambos tentaram pegá-la. Quando meu cliente puxou a pistola da mão do empresário, ela disparou", contou Félix.

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