Polícia deve ouvir família de ganhador da Mega Sena

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Por Tatiana Favaro
Atualização:

Policiais da Delegacia de Investigações Gerais (DIG) de Limeira (a 151 quilômetros de São Paulo) deixaram a unidade, no Centro, por volta das 9 horas de hoje para ir ao encontro de parentes do comerciante Altair Aparecido dos Santos, de 44 anos, morto com um tiro no peito na noite de domingo, após churrasco realizado em sua chácara. Em maio do ano passado, Santos ganhou com mais 13 colegas prêmio de R$ 16 milhões na Mega Sena. A polícia deverá ouvir a mulher da vítima, Maria Izabel Cano dos Santos, de 40 anos, o pai do comerciante, amigos e vizinhos. "Pretendemos colher o depoimento de ao menos cinco pessoas hoje", afirmou o investigador Valmir Silva. No domingo, a família apontou como suspeito o aposentado Dorgival Bezerra de Oliveira, de 52 anos. Ele e mais uma pessoa costumavam jogar com o grupo em bolões organizados por Altair em bar de sua propriedade e não tinham pago o valor da aposta, por isso foram deixados de fora do rateio do prêmio. Segundo a família disse à polícia na noite do crime, Santos teria sido ameaçado por Oliveira com a frase "Limeira está pequena para nós dois", três dias antes do assassinato. Oliveira esteve ontem na DIG e negou o crime e a ameaça. Admitiu, em depoimento, ter dito que Limeira estava pequena, mas porque tinha a intenção de deixar a cidade para fazer tratamento médico e porque não suportava ver os amigos usufruindo de dinheiro sobre o qual Oliveira também julgava ter direito. Meses após o sorteio, cada um dos ganhadores deu uma parte em dinheiro para as duas pessoas que não tinham participado oficialmente da aposta. Oliveira disse ter recebido R$ 270 mil. O titular da DIG, João Batista Vasconcelos, descartou a possibilidade de pedir a prisão de Oliveira, ao menos neste momento. "Não há nenhum indício de que tenha sido ele (Oliveira)", afirmou o delegado. O aposentado informou que na noite do domingo deixou sua neta na casa da filha e tinha ido a uma lanchonete que costuma freqüentar, por volta de 21h30, horário em que Santos teria sido atingido, após passar o domingo com família e amigos em sua chácara, comemorando o oitavo aniversário de seu único filho, Diego. De acordo com a família, o comerciante saiu da casa para apagar uma luz, quando foi ouvido o disparo. A Polícia Civil de Limeira já recebeu informações que julgam importantes para a investigação por meio de denúncia anônima. De acordo com o investigador Valmir Silva, o porteiro Laudelino Batista Paiva, que trabalhava no local na noite do domingo, disse não perceber nenhum movimento suspeito. Os investigadores da DIG vão requerer as placas dos veículos que entraram e saíram do condomínio na noite de domingo à empresa de segurança. De acordo com os policiais, o sistema de segurança não possuía circuito interno de câmeras de vídeo.

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